sexta-feira, 8 de junho de 2012

Euro 2012 - Suécia


A primeira vez que o país da Escandinávia participou da Eurocopa, foi quando a sediou em 1992. Não só por isso chegaram até as semifinais, mas por também ter um bom time. Tomas Brolin jogava muito, Kenneth Andersson ganhava todas pelo alto, o rápido Martin Dahlin, talvez o primeiro negro a jogar pela Suécia, formavam um trio ofensivo perigoso. No gol um dos melhores da história do país, Thomas Ravelli, que adorava provocar os adversários. A defesa era de respeito, Patrik Andersson e Joachim Björklund eram duros  na queda, dificultavam a vida do atacantes rivais. Nesse time, dois coadjuvantes de luxo eram Klas Ingesson e Anders Limpar. Em sua chave os suecos tinham a rival Dinamarca, França e Inglaterra, os dois países nórdicos passaram. A Dinamarca, futura campeã passou no sufoco, provando que no futebol quando se pega um bom embalo é possível conquistar glórias inimagináveis. Infelizmente os suecos, acabaram perdendo por 3 a 2, em pleno estádio Rasunda e deram adeus ao sonhado título.

Em 2000, retornaram ao europeu com um time bem inferior ao semifinalista em 1992. No gol o competente Magnus Hedman tinha qualidade de sobra para não comprometer, ainda que não chegasse próximo do que foi o saudoso Ravelli. Patrik Andersson e Björklund ainda formavam a boa defesa que na ocasião contava com o bom Teddy  Lučić. Os outros defensores reservas eram Olof Mellberg e Johan Mjällby, futuramente titulares inúmeras vezes. No meio, três jogadores rápidos, Fredrik Ljungberg, Niclas Alexandersson e Jörgen Pettersson. O ataque tinha dois matadores de ofício, Kennet Andersson (em fim de carreira) e Marcus Allbäck. Além de Henrik Larsson (que descende de Cabo Verde), que foi um dos melhores do país sem dúvidas e o descendente de macedônios Yksel Osmanovski que gostava de cair pelos lados e tinha um bom drible. Esses jogadores não conseguiram passar para a segunda fase. O grupo tinha Itália, Turquia e Bélgica, realmente o único ponto conquistado foi ridículo.

Em 2004, curiosamente a Suécia caiu no mesmo grupo que a Dinamarca, os outros times da chave C eram Itália e Bulgária. Novamente os países rivais se classificaram juntos, o time melhorou demais. Andreas Isaksson se firmou e mostrou-se melhor que Hedman, ainda que seja inferior a Ravelli. Mellberg e Mjällby formavam a zaga, apesar de serem inferiores aos habituais titulares quatro anos antes. Erik Edman na esquerda fazia bem seu papel, principalmente defendendo. No meio-campo e no ataque é que surgiram as melhores novidades. Anders Svensson, o francês Tobias Linderoth, Mikael Nilsson, Pontus Farnerud, Kim Källström e Christian Wilhelmsson se juntaram a Ljungberg e dando inúmeras opções aos técnicos Lars Lagerbäck e Tommy Söderberg. O atacante limitado Marcus Allbäck ainda fazia parte do elenco, que felizmente tinha Larsson jogando muito e um tal de Zlatan Ibrahimović. Fugindo da guerra na Bósnia, seus pais migraram para a Suécia onde o garoto nasceu. O craque do Milan, aos 30 anos, é o melhor jogador do time. Talvez esteja na galeria dos maiores que a Suécia já viu, ao lado dos charás Gunnar Gren e Gunnar Nordahl, que juntos fizeram 75 gols pela seleção Blagult (amarela e azul). Foram ídolos do mesmo Milan nos anos 50, onde hoje Ibra é uma das referências, se fosse menos egocêntrico, não causaria tanta antipatia. Com todas essas novidades, a Suécia se classificou tranquilamente para as quartas-de-final. Segurou a Holanda durante o tempo normal e a prorrogação, sucumbiu apenas nas penalidades. De 2004 para 2008 poucas mudanças, Larsson já estava próximo da aposentadoria, longe do que fora antes. Com a saída de Söderberg, Lagerbäck tornou-se o único responsável por treinar a seleção. 

Algumas novidades positivas e outras nem tanto, na defesa a cara nova mais comemorada era Andreas Granqvist. Enquanto que no meio o time era praticamente o mesmo, apenas Sebastian Larsson era uma novidade gratificante. E o veteraníssimo Alexandersson chegou a ser convocado, em uma ação que demonstrava muita carência de talento que obrigou o treinador a convocar um jogador de quase 40 anos. No ataque a novidade era apenas um caneludo chamado Markus Rosenberg. Entre ele e Allbäck, fica difícil saber qual é pior, pelo menos Johan Elmander foge dessa grossura, pois sabe fazer gols. Para a Euro 2012, Isaksson continua intocável no gol, Granqvist agora é titular ao lado de Mikael Lustig, Mellberg e Martin Olsson. O lateral esquerdo citado é descendente de quenianos, tem um irmão gêmeo (Marcus) que teve o azar de ser rebaixado com ele no Blackburn Rovers, da Inglaterra. Caso os titulares sofram algum problema, os competentes Jonas Olsson e Mikael Antonsson estão de prontidão. Behrang Safari, que nasceu no Irã, é meia de origem, mas tem jogado bem como lateral esquerdo no Anderlecht, da Bélgica. Não é incomum vê-lo como titular, alterna com Martin Olsson.

No meio-campo Anders Svensson ainda leva muito perigo nas jogadas de bola parada e nos passes precisos, aos 35 anos é uma das referências da equipe. Pontus Wernbloom se destacou bastante no AZ Alkmaar, da Holanda, e se transferiu para o CSKA, bom jogador. Tobias Hysén é um meia canhoto que sabe jogar como segundo atacante, há anos se destaca no futebol local. O jogador que já atuou na Inglaterra por duas temporadas, aos 30 anos, finalmente conseguiu cavar uma vaguinha na seleção. Samuel Holmén também é uma grata novidade, o atleta revelado pelo Elfsborg, com passagem pelo dinamarquês Brondby, hoje joga no Istanbul BB, da Turquia. Rasmus Elm, dono da camisa 6, é o mais jovem dos irmãos que fizeram sucesso no Kalmar FF, campeão sueco em 2008. Rasmus hoje joga no AZ, ao lado de Viktor, seu irmão que foi bem no Heerenveen e se transferiu para jogar junto com ele. David, o mais velho, jogou por duas temporadas no Fulham e retornou para casa, onde milita no Elfsborg. Da família Elm, David nunca recebeu uma chance, Viktor é convocado com mais frequência, mas só o caçula sentirá o prazer de defender sua pátria.

O carequinha Emir Bajrami, nasceu no Kosovo, país que luta para ser reconhecido, o que pode acontecer em breve. É canhoto habilidoso e rápido, vai dar trabalho para os marcadores. Ibra deu sorte, pois surgiram dois bons atacantes para ajudá-lo na tarefa de fazer balanças as redes. Ola Toivonen faz muitos gols pelo PSV, da Holanda, assim como Marcus Berg fazia em sua grande fase no Groningen. Berg se transferiu para o Hamburgo e não foi bem, como é conhecido na Holanda pelo que fez no time verde e branco acabou emprestado ao PSV, mas retornou ao time alemão. Em má fase, espera se recuperar nessa temporada para retornar a ser selecionável, ele que foi artilheiro e eleito o melhor jogador do Europeu Sub-21 em 2009. Por mais que esteja em dias não muito inspirados, é muito melhor que o limitadíssimo Rosenberg. Difícil entender o que passou pela cabeça do treinador Erik Hamrén, até mesmo Alexander Gerndt é uma opção melhor que o perna-de-pau citado. Infelizmente a maior revelação recente dos suecos acabou se contundindo, John Guidetti, como o nome indica, tem sangue italiano nas veias. Com toda certeza foi um dos grandes responsáveis pela recuperação do Feyenoord, que na temporada passada chegou ao cúmulo de tomar uma goleada histórica do PSV, 10 a 0 humilhante e revoltante para a grandeza do clube. Guidetti pertence ao Manchester City, se continuar voando como está, em breve retorna para Inglaterra. 

O jovem de 20 anos ao lado de Ibra e Toivonen faria estragos, veja mais dele abaixo: 





A briga vai ser boa no Grupo D, França em má fase, Inglaterra toda desfalcada e a Ucrânia que em casa deve ser dureza. Quem passa?

Nenhum comentário:

Postar um comentário