quarta-feira, 6 de junho de 2012

Euro 2012 - Inglaterra



A Inglaterra apesar de ser o berço do futebol na Europa nunca sentiu o gosto de conquistar a maior competição do continente. E a única Copa do Mundo vencida foi em 1966 quando sediou a competição e teve um gol polêmico na final, onde a bola não entrou. O 4 a 2 contra a Alemanha Ocidental pode fazer parecer que o título foi incontestável, no lendário estádio de Wembley. O jogo foi emocionante, a torcida inglesa fazia uma linda festa nas arquibancadas. Logo aos 12 minutos de jogo Helmut Haller abriu o placar para os germânicos. Nem deu tempo de comemorar, pois o grande Geoffrey Hurst empatou aos 18 minutos. Geoff é o único jogador na história das Copas a marcar três gols numa final, feito notável. Aos 78 minutos de jogo Martin Peters fez o gol que parecia dar o título aos ingleses, aproveitando uma falha bisonha da defesa alemã. Eis que aos 89 minutos de jogo, faltando apenas um para acabar, sem contar os acréscimos,Wolfgang Weber empatou novamente calando a fanática torcida inglesa.

Na prorrogação, aos 101 minutos de jogo aconteceu o gol, ou melhor, o assistente do Azerbaijão Tofiq Bakhramov enxergou a bola chutada por Hurst dentro do gol. Mas é bem fácil perceber, assistindo aos vídeos e lendo os relatos da época , que a bola não ultrapassou totalmente a linha. Como a regra exige para que seja validado o gol. A essa altura, com os times mortos, afinal 1966 a preparação física não era tão avançada, os alemães foram para cima tentando um novo empate. Quando sofreram um contra-ataque, e novamente Geoff Hurst com um belo chute de canhota aos 120 minutos de jogo definiu aquela que foi a maior glória da história do país nesse esporte. Veja mais:


Ao lado de Hurst naquele time figuras como o goleirão Gordon Banks (famoso por defender essa cabeçada de Pelé na Copa de 1970), o lendário zagueiro Bobby Moore e o maior artilheiro da história do English Team, Bobby Charlton! Jack, seu irmão menos talentoso vestiu a camisa 6 naquele time, era um dos defensores. Os 49 gols de Bobby por pouco não foram superados por Gary Lineker, outro grande jogador inglês que fez sucesso anos mais tarde.

De 1966 para cá são muitas decepções, grandes jogadores com problemas com o álcool, outros que juntos nunca conseguiram jogar tão bem como nos clubes. Uma das maiores frustrações recentes da torcida inglesa é não poder ver Steven Gerrard e Frank Lampard jogarem bem juntos no meio-campo. Artilheiros como Michael Owen e Alan Shearer deixaram saudade, ambos estão entre os dez maiores artilheiros da seleção. Hoje o melhor jogador do time é Wayne Rooney, que é exatamente aquele que ocupa a décima posição, com 28 gols. Matador como é, com a raça característica que tem, aos 26 anos, o "Shrek" tem muita lenha para queimar e deve subir bastante nessa lista. Quem sabe até bater Bobby Charlton!

Recentemente, Roy Hodgson foi contratado para assumir a seleção inglesa, o treinador contestado por muitos, fez um bom trabalho na temporada 2009/2010 no modesto Fulham, levando o clube até a final da atual Liga Europa. Tem muita experiência e conhece bem os jogadores de seu país. Em sua convocação final para a Euro 2012 Polônia/Ucrânia, Hodgson já foi bastante criticado por deixar de fora wingers de qualidade, são eles Aaron Lennon e Adam Johnson, ambos infernizam as defesas adversárias com dribles desmoralizantes e muita velocidade. Para aqueles que não são muito chegados no termo winger, vai a explicação. É aquele jogador que atua pelas extremidades do gramado no tradicional 4-4-2 inglês com duas linhas de 4 bem definidas.

Outros desfalques complicam, a bruxa anda solta na Terra da Rainha. Frank Lampard, Gareth Barry, John Ruddy e Gary Cahill foram cortados. E para seus lugares foram convocados respectivamente,  Jordan Henderson, Phil Jagielka, Jack Butland e Martin Kelly. Ruddy tinha até desmarcado o matrimônio que aconteceria no mesmo período da Eurocopa, mas o goleiro do Norwich quebrou um dedo nos treinamentos e precisou ser cortado. Em seu lugar entra Butland, jovem de 19 anos que disputou a segunda divisão com a camisa do Birmingham. Para o lugar de Frank Lampard, Hodgson chamou o promissor Henderson, que ainda não se firmou com a camisa do Liverpool, não conseguindo repetir as boas atuações dos tempos de Sunderland. Substituindo Barry, Phil Jagielka tem jogado como zagueiro, mas quando começou a se destacar jogava no meio, atleta versátil.

Cahill foi uma das melhores revelações recentes da Inglaterra para jogar no miolo de zaga, num dos amistosos preparatórios para o europeu acabou quebrando o maxilar e precisou ser cortado. Martin Kelly, que nem titular do Liverpool é, foi chamado para seu lugar. Com os problemas surgidos, outras críticas podem ser feitas a Hodgson. Que chamou o limitado Andy Carroll para vestir a camisa 9, e convocou jogadores irregulares, Jermain Defoe é um grande exemplo. O treinador optou também pelo descendente de ganeses Danny Welbeck, preterindo Darren Bent, que é mais tarimbado, mas se recuperando de lesão acabou sendo descartado. Jack Wilshere, grande joia do Arsenal, também não consegue se livrar das intermináveis lesões que interrompem uma carreira promissora.

Um outro problema gritante com o qual a Inglaterra sofria era com os goleiros, mas esse infortúnio parece resolvido de vez, Joe Hart tem feito ótimas partidas. Fazendo os torcedores esquecerem falhas grotescas de Robert Green, Scott Carson, Paul Robinson ou David James. As ausências de Micah Richards e Kyle Walker também foram sentidas, os dois são melhores que Glen Johnson, escolhido para ser o titular na lateral-direita. Richards não apoia muito, mas é implacável na marcação e sabe jogar como zagueiro. Walker é mais ofensivo, boa revelação do Tottenham, chega fácil ao ataque. Johnson não é ruim, mas se exitem opções melhores por que não usá-las?

Com tantos problemas, Hodgson deve utilizar Ashley Young mais centralizado, numa função bem diferente do que o winger está habituado a fazer. Milner que também foi jogador de flanco na maior parte da carreira já fez bem essa função mais central. Com o corte de Lampard, Scott Parker deve ser o titular ao lado de Gerrard. Walcott deve jogar bem aberto pela direita, numa função que foi de Shaun-Wright Phillips e Aaron Lennon até pouco tempo. Na zaga Joleon Lescott deve entrar ao lado de John Terry, mas o zagueiro do Manchester City é canhoto, e Terry é habituado a jogar pela esquerda mesmo sendo destro. Talvez uma opção mais simples seja escalar Phil Jones, ou até mesmo Jagielka, que está bem jogando como zagueiro no Everton. Pelo lado esquerdo da defesa nenhuma preocupação, Ashley Cole é muito regular, e caso tenha algum problema, Leighton Baines entra sem comprometer e ainda é boa opção com seus potentes chutes de longe.

Daniel Sturridge, revelado pelo Manchester City, acabou rumando para o Chelsea onde obteve mais destaque. Mostrando muita habilidade e desenvoltura para driblar com a perna esquerda mesmo tendo 1,88 m. É muito mais jogador que Welbeck, mas vai entender cabeça de treinador? Complicado!
E você leitor, tem algum outro nome em mente? Está satisfeito com a lista? Então faça valer seu espaço e solte o verbo!

Veja lista completa aqui!

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