segunda-feira, 4 de junho de 2012

Euro 2012 - França



A seleção francesa viveu seus melhores momentos quando a camisa 10 foi vestida por dois grandes craques. Michel Platini e Zinédine Zidane foram dois dos maiores jogadores que o futebol já teve, meias clássicos inexistentes no futebol atual mais baseado na força física. Curiosamente, nenhum dos dois é genuinamente francês, um descende de italianos e outro de argelinos. São raros os jogadores da equipe atual franceses genuínos. No gol, Hugo Lloris se firmou e não dá chances para Steve Mandanda - nascido em Kinshasa, na República Democrática do Congo - e Cédric Carrasso é um bom nome para terceira opção no gol francês. Quem incrivelmente teve poucas chances na meta francesa foi o competente Sébastien Frey, ao contrário de Mickaël Landreau, que teve inúmeras chances e nunca se firmou, na Copa de 2006 era o camisa 1, mas o titular ainda era Fabien Barthez.

Campeã europeia em 1984 e 2000, Bi-Campeã da Copa das Confederações em 2001 e 2003 e campeã do Mundo em 1998, a França de 2002 para cá não está nada bem. Acumulando mais fracassos do que glórias, na Copa Japão-Coreia do Sul terminou na última posição em um grupo que ainda tinha o estreante Senegal, uma Dinamarca sem brilho e um Uruguai bem abaixo do atual. Não marcaram um único gol, frustrando aqueles que esperavam muito mais da então campeã do Mundo. Em 2006 chegaram até a final, muito pelo inspiração fora do comum de Zidane, um Ribéry extremamente rápido pelos flancos e Claude Makélélé e Patrick Vieira formavam uma dupla de volantes implacável.

Foi surpreendente, mas analisando friamente, a França pegou um grupo muito fácil, com Togo, Coreia do Sul e Suíça. Mesmo assim se classificaram na segunda posição. Nas oitavas uma vitória bastante convincente contra os espanhois, nas quartas lembranças ruins para nós brasileiros, o fatídico gol de Thierry Henry. Nas semis uma vitória apertadíssima contra a seleção portuguesa, na final jogo tenso contra a Itália. Talvez os comandados do polêmico Raymond Domenech até merecessem mais o título pelo que ocorreu dentro de campo. Mas seria uma pena para os italianos não conquistarem nada com aquela geração de Alessandro Del Piero e Francesco Totti.

A defesa francesa vai para essa Euro com um ótimo Adil Rami (descende de marroquinos), que terá ao seu lado Philippe Mexès, chará deste que vos escreve. Na lateral direita Anthony Réveillère deve ser o titular, mas Mathieu Debuchy se começar como titular não será surpresa. Na esquerda o senegalês Patrice Evra reina absoluto, tendo como seu reserva Gaël Clichy, que tem raízes na Ilha de Guadalupe. Assim como grande parte dos nomes de sucesso, Liliam Thuram, Sylvain Wiltord, Nicolás Anelka e William Gallas, só para ficar em alguns nomes. À frente da zaga Alou Diarra, com suas raízes malinesas deve ser o encarregado de destruir as jogadas adversárias.

Um pouco mais adiantado deve entrar Yohan Cabaye, que vem de uma ótima temporada com a camisa do Newcastle, da Inglaterra. Franck Ribéry ou Mathieu Valbuena (descende de espanhois) para jogar ao lado de Samir Nasri (descende de argelinos)? Que tal os três juntos? Pela numeração do time de Laurent Blanc, deve ser isso mesmo. Com boas opções no banco, Hatem Ben Arfa, de origem tunisiana, Jérémy Ménez, Blaise Matuide (sangue angolano), Florent Malouda, que nasceu na Guiana Francesa e Yann M'Vila, descendente de congoleses são bons nomes para alguma mudança tática. No ataque, Olivier Giroud, grandalhão canhoto, e artilheiro da última edição da Ligue 1 (campeonato francês) deve ser titular ao lado do "argelino" Karim Benzema.

Com o fracasso na Copa da África do Sul em 2010, onde novamente ficaram na última posição, os franceses querem apagar as impressões ruins fazendo um bom europeu. Num grupo com Uruguai, África do Sul e México, o único pontinho conquistado ficou feio para o país que mais explorou outras nações na história. Com direito a derrota para os donos da casa, Malouda fez o gol dos Le Bleus e Bongani Khumalo e Katlego Mphela fizeram para os africanos, na inesquecível vitória por 2 a 1. Por todos os motivos ditos acima, muitos não acreditam que eles sejam capazes de fazer bonito nos gramados ucranianos e poloneses. O grupo D tem Suécia, Inglaterra e a Ucrânia, que jogando em casa deve ser um adversário bem duro. Não passar da fase de grupos novamente pode ser mais um mico azul!

Veja a lista de convocados completa aqui!

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