sexta-feira, 8 de junho de 2012

Euro 2012 - Croácia


A Croácia já foi vice-campeã da Eurocopa duas vezes, os mais desavisados devem pensar, o quê? Como assim!? É que os axadrezados faziam parte da Iugoslávia, que foi finalista em 1960 e 1968, quando perdeu para União Soviética e Itália, respectivamente. Ainda que em 60, apenas um jogador dos convocados fosse croata e em 68 não houvesse nenhum jogador nascido no país, em todo caso, o país fazia parte. Em 1976, quando sediou a competição, muitos esperavam um título, afinal, longe de casa fizeram duas finais. Mas o melhor que conseguiram foi a quarta colocação, após perder da Holanda na prorrogação por 3 a 2. Em 1984, na França, o time iugoslavo era bastante miscigenado, com jogadores de Eslovênia, Montenegro, Sérvia, Bósnia e Croácia. Só faltaram mesmo jogadores da Macedônia e do Kosovo, as outras nações que formavam a Iugoslávia. Naquele time se destacavam bastante o esloveno Srečko Kataneč e o sérvio Dragan Stojković. Um grande zagueiro e um meia sensacional, um craque de altíssimo nível, que é respeitadíssimo no Japão. Onde recentemente fez isso: 


Em 1996, aí sim como um país independente, a Croácia participou do europeu disputado na Inglaterra.
O time era muito bom, aquele que na Copa dois anos depois encantou o mundo com Davor Šuker, Zvonimir Boban e Robert Prosinečki. Era um timaço que tinha coadjuvantes bem luxuosos, Drazen Ladić no gol, Igor Štimac, Slaven Bilić e Dario Šimić na defesa, Robert Jarni na lateral-esquerda, no meio Zvonimir Soldo, Aljoša Asanović e Mario Stanić, nascido em Sarajevo, na Bósnia. E ao lado de Šuker só tinha
Alen Bokšić que sofria com uma sobrinha do Goran Vlaović. Em 2000 a Iugoslávia ainda existia, cada vez mais desmantelada, mas com muito talento a disposição. Não é todo dia que pode-se contar com atacantes do nível de Predrag Mijatović (Montenegro) e Savo Milošević, nascido na Bósnia. Ljubinko Drulović dava trabalho com sua canhotinha, chamava atenção por ser pequenino, 1,67 m. No banco o bom cabeceador e artilheiro Darko Kovačević e o então jovem Mateja Kežman, que hoje, aos 33 anos, joga no South China, de Hong Kong.

Sobrava talento, se pensarmos que lá jogavam ainda craques como Stojković, Vladimir Jugović e Siniša Mihajlović. Na defesa Miroslav Đukić (ou Djukic) era titular absoluto e Dejan Stanković começava a despontar no meio-campo da Lazio. Infelizmente esse time foi massacrado pela Holanda nas quartas-de-final, 6 a 1 com show de Patrick Kluivert e Marc Overmars. Os gols do camisa 9 você pode ver aqui logo abaixo:


Na Euro 2004, em Portugal, a Croácia sem nenhum craque, tinha um time arrumadinho pelo austríaco Otto Baric. Os mais conhecidos daquele elenco eram Igor Tudor, os irmãos Robert Kovač e Niko Kovač, nascidos em Berlim na Alemanha, mas fieis ao país de seu pai. Miladin "Dado" Pršo e Ivica Olić eram os atacantes mais qualificados. Na mesma chave de França e Inglaterra, caíram fora logo na primeira fase. O time que chegou para disputar a Euro na Suíça e na Áustria era melhor. Stipe Pletikosa firme no gol, Robert Kovač e o australiano Josip Šimunić implacáveis no miolo de zaga, novidades como Vedran Ćorluka e o suíço Ivan Rakitić, muito criticado por escolher o país de seus pais. Afinal, os suíços queriam muito contar com seu talento, quanto mais jogadores qualificados melhor. Niko Kovač ainda era o camisa 10, mas quem comandava o meio-campo era Luka Modrić, Darijo Srna sempre perigoso no apoio com seus potentes chutes e cobranças de falta. Niko Kranjčar também era importante, recentemente deixou o Tottenham e foi para o Dynamo de Kiev. Mladen Petrić vinha de ótimas temporadas no Borussia Dortmund e no Hamburgo e ajudava muito o alemão Ivan Klasnić e Olić. Enquando Nikola Kalinić foi convocado para compor o grupo junto com Igor Budan. Na época Bilić chegou a dizer que o hoje jogador do Dnipro Dnipropetrovsk, era o futuro do futebol croata.

Como foi dito, o time mais qualificado que o de quatro anos antes, passou com facilidade no Grupo B, com Alemanha, Polônia e Áustria. Nas quarta-de-final pegaram a Turquia no jogo mais incrível daquela edição. Nos minutos finais da prorrogação a Croácia abriu o placar com Ivan Klasnić, nos acréscimos a Turquia empatou com Semih Sentürk. Nos pênaltis os croatas abalados com o ocorrido, perderam por 3 a 1. Em um jogo que dominaram na maior parte do tempo, perderam para um time com uma garra impressionante. Esse fato ocorrido é que faz deste esporte o mais admirado e popular do planeta, onde o improvável e o imponderável podem acontecer! O brasileiro Eduardo da Silva havia ficado fora em 2008 por conta de uma séria contusão, mas em 2012 volta com tudo sendo uma das principais armas ofensivas do time. Stipe Pletikosa segue como titular na meta, tendo como reservas Ivan Kelava e Danijel Subašić, beneficiados pela situação de Vedran Runje, que sem clube, foi descartado. Subašić, goleiro do Monaco, ganhou notoriedade na Ligue 2 (segunda divisão francesa) ao fazer esse gol que você pode ver abaixo: 


A defesa vai sentir muita falta de seu principal zagueiro, Dejan Lovren que contundido é um sério desfalque.
Bilić tem sorte que possui jogadores versáteis, que sabem jogar em todas as posições da defesa Domagoj Vida, Jurica Buljat e Vedran Ćorluka são exemplos claros. Já li e ouvi críticas ao ex-jogador do Tottenham, pessoas dizendo que não viam nada nele. Detalhe que poucos param e pensam, futebol não é só técnica, o lateral é muito inteligente taticamente, sabe onde se posicionar. Com a falta de Lovren, Gordon Schildenfeld deve formar a zaga com Šimunić. Šime Vrsaljko, jovem lateral do Dinamo Zagreb acabou ficando sem espaço, mas terá um futuro certo na seleção já que Srna não é eterno. Desde de a saída de Jarni, ninguém se firmava na lateral-esquerda, mas finalmente esse problema foi resolvido com Ivan Strinić, que também atua como meia. Milan Badej foi bem nessa temporada com o Dinamo e mereceu uma chance no meio-campo. Tomislav Dujmović peregrinou por vários clubes em seus país e fora dele, até que aos 31 anos conseguiu uma chance para defender sua pátria. 

Ivan Perišić já chamava atenção quando jogava no Sochaux, pequeno time francês. Emprestado ao Roeselare, foi bem e acabou se transferindo para o Club Brugge, um dos maiores da Bélgica. Lá continuou sua evolução até chamar atenção de Jürgen Klopp, que o levou para Alemanha, onde defende o Borussia Dortmund. No ataque, Mario Mandžukić é uma boa opção, tem habilidade, mas não é titular. O ataque deve ser Eduardo da Silva e Nikica Jelavić. O jogador do Everton fez duas temporadas muito boas com o Rangers da Escócia, na Inglaterra continuou fazendo seus gols, como os dois times são azuis ele nem sentiu a diferença. Nikola Kalinić ia ficar fora da fase final dessa Euro, mas com a contusão de Olić acabou herdando a vaga. Abaixo, curta gols de Jelavić:


Mal como a Itália está, a Croácia brigará forte com a Irlanda pela vaga ao lado da Espanha.
Qual é seu palpite?

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