sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Grupo D - Espanha



Depois de 12 anos de ausência, a Espanha retorna aos Jogos Olímpicos, a última participação havia acontecido em Sydney 2000, quando foi derrotada por Camarões de virada na final. O time de Aranzubia, Capdevilla, Marchena, Puyol, Albelda, Angulo, Xavi, Gabri, José Mari, Raúl Tamudo e Albert Luque não resistiu ao time camaronês, de Samuel Eto'o. Empate por 2 a 2 no tempo normal, vitória camaronesa por 5 a 3 nas penalidades. Mas não só de seu maior ícone vivia a seleção de Camarões, que tinha Lauren Etamé, Pierre Womé, Geremi, M'Bami e principalmente, Patrick Mboma, um dos melhores jogadores que o país africano já teve. 

A prata em Sydney igualou o desempenho Espanhol na Bélgica, em 1920, mais precisamente na Antuérpia. Em suas nove presenças nos Jogos Olímpicos até hoje, a Espanha só conquistou o ouro em 1992, quando foi anfitriã do Torneio. O saudoso Kiko, fez o gol contra a Polônia que garantiu a medalha mais valiosa naqueles Jogos. A Espanha se vangloria muito por ter obtido sucesso nas seleções de base nos últimos tempos. Por isso, os longos anos fora do Torneio Olímpico de futebol eram difíceis de aceitar. Essa seleção Sub-23 tem bons nomes, David de Gea no gol, César Azpilicueta na lateral-direita, Ander Herrera no meio-campo, Adrián López no ataque.


Isso porque o Barcelona não liberou Thiago Alcântara, alegando uma contusão, que muitos duvidam ser verdadeira. Isaac Cuenca é outro jogador do Barcelona que ficou fora, aparentemente por opção do treinador Luis Milla. Porém poderá contar os três acima dos 23 anos, campeões europeus recentemente, Juan Mata, Jordi Alba e Javier Martínez. Outros bons nomes estarão presentes em Londres, o zagueiro Álvaro Domínguez, o lateral-direito Martín Montoya, os meio-campistas Isco, Koke, Romeu e Muniain, os atacantes Rodrigo (filho de brasileiro) e Cristian Tello, jogador de drible fácil que vem ganhando espaço no time do Barcelona. 


No papel, sem dúvidas é uma das seleções favoritas ao ouro, resta saber se na prática esse time vai funcionar. A julgar pelas declarações de jogadores importantes, pode ser que o salto alto atrapalhe. Jordi Alba chegou a dar declarações nesse sentido. De Gea chegou a dizer que já se imaginava com a medalha de ouro no peito. Muitas vezes já vimos times naufragarem por empáfia, por jogarem sem tanta vontade, achando que podem decidir o jogo quando bem entenderem. Exemplos não faltam, sabemos que futebol não funciona assim. 



domingo, 5 de agosto de 2012

Grupo D - Marrocos


Pela sétima vez em sua história, o país da África Árabe participará dos Jogos Olímpicos. A primeira vez foi em Tóquio 1964, depois de uma estreia sem destaque, alcançou a segunda fase em Munique 1972 sobrevivendo mesmo na chave dos anfitriões. A participação seguinte não traz boas recordações, três derrotas e uma eliminação precoce. Os marroquinos ainda participaram das edições de 1984, 1992, 2000 e 2004, retornando agora em 2012. O treinador holandês Pim Verbeek, conseguiu reunir jogadores com experiência no futebol europeu. Aliás, apenas quatro atletas do grupo de 18 jogares são nascidos no Marrocos. São eles, os defensores Abdelatif Noussir, Mohamed Aberhoun e Zouhair Feddal, mais conhecido como Zou e que há anos atua em clubes espanhóis. Além dos três, o meia Driss Fettouhi também é genuinamente marroquino. 


A maioria dos jogadores nasceram na França, descendentes de marroquinos, resolveram optar pela nação de origem de seus país. Por vários motivos, seja por amor ao país, seja por interesse em disputar competições importantes ou ao menos ter a chance de defender uma seleção nacional. No grupo estão também, alguns jogadores nascidos em países como Bélgica, Holanda, Alemanha e até mesmo Canadá. Inclusive, três holandeses são importantes nesse time, os meias revelados pelo PSV, Imad Najah e Zakaria Labyad, como também o atacante Nordin Amrabat, que fez relativo sucesso com a camisa do PSV, mas foi revelado pelo pequeno Almere City FC. Outro holandês, o atacante Soufian El Hassnaoui é apenas coadjuvante. 

O goleirão alemão Mohamed Amsif foi formado nas categorias de base do Schalke 04, hoje é jogador do FC Augsburg. Seu reserva é o canadense Yassine Bounou, revelado pelo Wydah Athletic Club, um dos time mais tradicionais do Marrocos. Hoje é um dos goleiros da equipe B do Atlético de Madrid, da Espanha, país que geograficamente é próximo do Marrocos. O jogador mais conhecido entre os convocados por Verbeek é sem sobra de dúvidas, Houssine Kharja. Atleta que se destacou no futebol italiano com as camisas de Siena e Genoa. Suas boas atuações o levaram a jogar na Internazionale, um dos gigantes do país. Hoje, veste a bela camisa da Fiorentina.
Aos 23 anos, Abdelaziz Barrada é uma das esperanças do futebol marroquino, jogador do Getafe, da Espanha, vestirá a camisa dez. Confiante, o treinador Verbeek disse o seguinte ao site da Fifa: "Não conquistamos o título, mas vamos nos recuperar em Londres, onde jogaremos por uma medalha", anunciou Verbeek após a derrota por 2 a 1 contra o Gabão na final do Campeonato Africano Sub-23. O treinador estabeleceu metas bastante ambiciosas e aparenta estar certo de que os seus comandados conseguirão um desempenho melhor do que nas seis Olimpíadas anteriores. Obviamente, nada mais natural ler este tipo de declaração, afinal, confiança no futebol é muito importante. Agora, saber se na prática o Marrocos tem chance de medalha, só esperando para ver. Teoricamente, não tem time para tal, mas no futebol, não foram poucas vezes que surpresas aconteceram. 

Japão 0 x 0 África do Sul




O empate sem gols entre asiáticas e africanas chegou a gerar desconfiança, chegaram a dizer que o Japão fez corpo mole para pegar um adversário mais fraco nas quartas. Mas na verdade as japonesas estavam mesmo eram se poupando, já classificadas, se preocuparam em evitar um desgaste desnecessário. Pois se jogassem com toda a volúpia que possuem facilmente venceriam o fraco time africano. Norio Sasaki ainda se deu ao luxo de deixar jogadoras importantes na reserva e testar outras no time titular. Sakaguchi, Sawa, Ohno, Ogimi, Sameshima e Kawasumi ficaram no banco. Assim, Ando, que já foi titular e hoje é reserva, começou como titular. Como também as suplentes mais utilizadas por Sasaki, Maruyama e Iwabuchi. Yano, Tanaka e Takase receberam a chance de mostrar alguma qualidade por mais tempo. Takase inclusive, deixa o treinador com a pulga atrás da orelha, pois a dúvida entre ela e Ando é grande. Kaihori, goleira que foi titular no Mundial do ano passado, perdeu a posição para Miho Fukumoto, que tem apenas 1,65 m, se chutar na direção do gol é caixão, fato inegável! Para quem achou que o japão estava escolhendo adversário, se lascou, ou vocês pensam que elas gostariam de pegar o Brasil? Com certeza não!


Nova Zelândia 3 x 1 Camarões


Precisando de uma vitória simples contra a fraca seleção de Camarões, a Nova Zelândia demorou para abrir o placar, gerando certa preocupação de seus torcedores. Apenas aos 43' do primeiro tempo que a capitã e zagueira Rebecca Smith abriu o placar. Com os nervos em ordem, as Kiwis aumentaram a vantagem logo no começo do segundo tempo, com a pressão, Ysis Sonkeng acabou fazendo um gol contra. Alguns minutos mais tarde, a prodígio Rosie White fez um cruzamento perfeito que encontrou a cabeça de Sarah Gregorius. Com a larga ventagem no placar, as neozelandesas relaxaram, conseguindo inclusive, levar um gol, anotado por Gabrielle Onguene.

Com a derrota das norte-coreanas para as americanas, as neozelandesas conseguiram a classificação para as quartas de finais. É bom que se lembre que perderam pelo placar mínimo para as duas seleções favoritas em seu grupo. Contra os Estados Unidos, dessa vez a passaporte da Nova Zelândia tem grandes chances de ser carimbado mais cedo!

Canadá 2 x 2 Suécia



17 minutos de jogo e o placar apontava 2 a 0 para as loirinhas da Escandinávia, nem o mais otimista poderia imaginar uma reação canadense, como ocorreu. Ainda mais com dois gols da parruda Melissa Tancredi, que lembra muito o Geraldão. Atacante que fez sucesso no Corinthians nos anos 70, usando um típico black power. Claro, ela não o lembra por isso, e sim pelo seu futebol pouco técnico, que compensa com muito esforço e dedicação. Como diria Dadá Maravilha: "Não existe gol feio, feio é não fazer gol". Boas novas para Christine Sinclair, que ao menos não morrerá de solidão crônica.

Porque ter que esperar bom futebol de Scott, Filigno e Schmidt é de lascar! O treinador John Herdman de forma inexplicável continua escalando a fraquíssima McLeod no gol, preterindo a ótima LeBlanc, não é possível, deve ter algum problema pessoal com a goleira. Com a contusão de Chapman, quem passou a ser titular foi Marie-Eve Nault, que no fim do jogo deu lugar a Chelsea Stewart, caso Chapman não se recupere, o treinador deve ficar com essa dúvida até minutos antes do derradeiro jogo contra a Grã-Bretanha. Zurrer continua no banco, ela que foi titular absoluta da seleção canadense no Mundial de 2011, com Herdman não anda tendo chances. Scott fica devendo muito, Wilkinson fica muito preocupada com a marcação e acaba esquecendo de aparecer no apoio ofensivo, notadamente sua melhor qualidade.

A Suécia foi para o jogo com força máxima, excetuando-se Lisa Dahlkvist, que entrou apenas na segunda etapa. Dennerby quis ver como Sofia Jakobsson se sairia entrando desde o início, ela que neste torneio olímpico é reserva. E pelo jeito, ficou satisfeito com o que viu, um dos gols foi dela. O outro tento foi de Hammarstrom, que tem jogado com mais regularidade. Enfim, foi um bom jogo de quatro gols entre duas equipes que já estavam praticamente classificadas.

Estados Unidos 1 x 0 Coréia do Norte



As americanas jogaram com o freio de mão puxado, ou foram as norte-coreanas que dificultaram as ações das comandadas de Pia Sundhage? Na verdade as coreanas marcavam de forma implacável, tanto é que três jogadoras levaram o cartão amarelo e uma acabou expulsa. Sin Ui Gun. armou a time da melhor maneira que pôde, mas nem assim suas admiráveis guerreiras não conseguiram incomodar os Estados Unidos. Os números diferentemente do que muitos pensam, não dizem tão bem o que realmente foi o jogo, mas os 16 chutes a gol das americanas, contra nenhum das asiáticas mostra que ao menos mais volume de jogo tiveram. Sem contar os sete escanteios, números que demonstram qual time estava rodeando mais a meta adversária. O gol da "caminhoneira" Abby Wambach aos 25' da primeira etapa tranquilizou o time, que após tal acontecimento nem forçou tanto, apenas controlou as norte-coreanas sem sofrer um mínimo perigo. Contra a organizada defesa da Nova Zelândia, as cabeçadas certeiras de Wambach podem ser fundamentais para uma eventual e provável classificação americana.

Mais no WSU!


França 1 x 0 Colômbia



O placar foi magro, com Elodie Thomis no time titular as investidas em velocidade pelos lados do campo causam transtornos aos adversários. Na corrida ninguém pega essa ligeirinha, que há tempos merecia uma chance entre o onze inicial de Bruno Bini. E com ela em campo, bastaram cinco minutos para que a vitória da classificação começasse a se desenhar. Ao contrário do que o placar sugere, as francesas poderiam ter goleado a fraca seleção colombiana. Para piorar, o treinador Ricardo Rozo não consegue deixar as rusgas que tem com Yoreli Rincón de lado, excluindo a melhor jogadora do time. Que pelo problema pessoal com o "chefe", quando joga é em alguma posição em que não está habituada, mas sua posição mais frequente tem sido mesmo o banco de reservas. Se com ela as coisas já estavam difíceis, sem ela fica complicado ameaçar as adversárias. E o jogo das quartas de final entre Suécia e França é imperdível, promessa de jogão para os amantes do futebol feminino. Que vença a seleção mais competente dentro dos 90 minutos, ambas são equipes muito boas.

Veja os lances do jogo no Women's Soccer United!


Fim da linha!


 


Pela primeira vez na história dos Jogos Olímpicos, a seleção brasileira de futebol feminino não chega ao menos na semifinal. O Brasil até não começou mal a partida, teve boa posse de bola, faltava aquele último toque mais incisivo, o famoso último passe. Passar pela boa defesa japonesa sendo um time arrumado e entrosado já é difícil, imagina sem tudo isso. Mas quem levou perigo primeiro foi o Japão, após cruzamento para a área brasileira, a defesa afastou, mas Shinobu Ohno pegou o rebote, deixou a defesa na saudade e arriscou um chute que Andreia pegou sem susto. Pouco depois quem assustou foi o Brasil, Rosana levantou a bola na área, Cristiane ganhou no alto e a bola sobrou limpa para Renata Costa, que perdeu um gol feito.


Jorge Barcellos surpreendeu ao adiantar um pouco Renata, que jogou muito mais como volante do que como zagueira. Quem devia jogar mais à frente seria a Érika, com muito mais qualidade técnica, talvez não perderia aquela chance. Após falta no meio-campo, Sawa cobrou rapidamente e pegou a defesa brasileira desprevenida e desarrumada. Yuki Ogimi saiu na cara do gol e não perdoou, tocando no canto esquerdo de Andreia, vacilo que custou caro! No segundo tempo, novo cruzamento de Rosana encontrou Cristiane na área, nossa matadora bem que ganhou no alto, mas a cabeçada foi por cima. Saindo da defesa com a bola dominada, Sameshima fez um lançamento longo, Ogimi ganhou de Bruna e lançou Ohno do outro lado, a japonesa teve frieza e muita qualidade para ainda limpar a defesa brasileira e acertar um belo chute no alto. 



Restando pouco mais de 15 minutos, ficou difícil para a seleção se recuperar, Marta esteve muito apagada nessas Olimpíadas, o Brasil precisava muito dela. Não adianta mais reclamar sobre a falta de planejamento, a preparação inadequada, a falta de apoio. Resta agora mudar essa realidade, refletir, consertar os maiores erros. Criar o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino, tratar esse esporte com dignidade e respeito. Sonho? Penso que não deveria ser assim, talento não nos falta! É triste saber que poderíamos muito mais e ficar com essa sensação de impotência que nos deprime. Renê Simões, ex-treinador da seleção feminina e um dos que mais ajudaram o futebol feminino brasileiro, opinou sobre o tema em seu blog no R7. Vale a pena ler, clicando aqui.


Veja como foi o jogo no Women's Soccer United!


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Grupo D - Honduras


Pela terceira vez na história Honduras disputará os Jogos Olímpicos, o país da América Central perdeu a virgindade no ano 2000, em Sydney. Aquele time tinha como maiores destaques o camisa dez Júlio César León e um rápido e matador David Suazo no comando do ataque. Em 2008 a campanha pífia terminou ainda na primeira fase, sem pontuar no grupo D, que tinha ainda, Itália, Camarões  Coréia do Sul. Os maiores nomes daquele time eram Hendry Thomas, Ramón Núñez e Carlos Pavón, os dois primeiros jogam em clubes modestos da Inglaterra. Thomas ao menos joga no Wigan, da primeira divisão. Núñez é querido pela torcida do Leeds United, da segundona inglesa, o pessoal por lá curte seus dribles arrojados, sempre em velocidade. Pavón, foi o camisa nove na Copa de 2010 aos 36 anos, Johnny Boy marcou quase 60 gols pela seleção hondurenha entre 1993 e 2010, marca de respeito! 

Para quem não se lembra, em 2001 o Brasil foi eliminado da Copa América por Honduras, Amado Guevara, Júlio César León, Samuel Caballero e Saúl Martínez jogaram muito naquela noite trágica para o futebol brasileiro. Mesmo como convidados daquela edição, os hondurenhos acabaram conquistando o terceiro lugar, marca expressiva para um pequeno país que até então era pouco falado no meio futebolístico.O time que já havia conseguido a inédita vaga nos Jogos Olímpicos em 2000, conseguiu essa façanha de derrotar o Brasil, mas um pouco mais envelhecido, o time acabou fora dos Jogos de Atenas 2004. Hoje em dia, Honduras é uma das principais forças da CONCACAF, se ainda não dá para bater de frente com México e Estados Unidos, uma vez ou outra dá para conseguir uma vaguinha em disputas importantes, como Olimpíadas e Copas do Mundo. Na campanha do pré-olímpico, perdeu dos mexicanos por 3 a 0 na primeira fase. Se recuperando posteriormente vencendo o Panamá por 3 a 1, Trinidad e Tobago por 2 a 0 e  o vizinho El Salvador por 3 a 2. Na final, encontraram o México novamente, começaram bem, vinham vencendo até levar o empate no tempo normal e perder na prorrogação. Derrota doída, mas a vaga nas Olimpíadas foi um grande alento! 


Sem poder contar com sua dupla de ataque titular pré-olímpico, o treinador Luis Suárez optou por chamar os três jogadores acima dos 23 anos. Roger Rojas e Eddie Hernández fizeram juntos, seis gols na campanha rumo ao Jogos Olímpicos. Sem poder contar com Rojas, Suárez chamou Jerry Bengtson, aos 25 anos, foi revelado pelo CD Vida, passou pelo Motagua, hoje joga no NE Revolution, da Major League Soccer (MLS), liga profissional de futebol dos Estados Unidos. Jerry tem se mostrado bem rápido para escapar dos Toms que o perseguem durante os jogos. Além disso, anda demonstrando bom posicionamento e faro de gol apurado. E para ajudá-lo na aventura hondurenha pelos gramados britânicos, o experiente Maynor Figueroa foi convocado para dominar a lateral esquerda, há seis anos na Inglaterra, o atleta tem a confiança da comissão técnica. 


                                                       Anthony Lozano

O outro acima dos 23 anos é Roger Espinoza, que nasceu em Honduras mas cresceu nos Estados Unidos. Aonde atualmente defende o Kansas City Spurs, que após mudar o nome de Kansas City Wizards para Sporting KC, adotou a nova nomenclatura. Ou melhor, deve adotá-la à partir de 2013. O camisa nove Anthony Lozano está doido para aparecer melhor internacionalmente, aos 19 anos, está há dois no pequeno Alcoyano, da Segunda Divisíón B, equivalente à terceira divisão da Espanha. Será que esse time vai ficar marcado na história mais uma vez? 

Grupo D - Japão



O Japão representou a Ásia nos Jogos Olímpicos em Berlim 1936, Melbourne 1956, Tóquio em 1964. Foi no México, quatro anos mais tarde, que a seleção japonesa causou sensação em uma das maiores cidades do mundo. Conquistando a medalha de bronze e a artilharia do Torneio, graças aos setes gols de Kunishige Kamamoto. Ainda hoje, essa é a melhor participação de um asiático no torneio olímpico. 28 anos se passaram, até que o Japão regressou aos Jogos Olímpicos, em Atlanta 1996. De lá para cá, sempre esteve presente nas edições dos jogos

Uma das principais forças das eliminatórias asiáticas, o Japão chega a Londres 2012 para sua quinta participação consecutiva. No pré-olímpico contra Bahrein, Malásia e Kuwait os japoneses não tiveram dificuldades. Depois de três vitórias seguidas, os nipônicos poderiam garantir sua classificação de forma antecipada. Mas a inesperada derrota para a Síria fora de casa atrasou um pouco a festa. Depois disso meteu 4 a 0 na Malásia e no último jogo em casa a festa pôde acontecer, com certo atraso, mas tudo bem, o triunfo por 2 a 0 frente ao Bahrein classificou os asiáticos.

Segundo o site da Fifa, o maior mérito do treinador Takashi Sekikuza, foi ter superado a ausência de jogadores que atuam na Europa. Principalmente Shinji Kagawa, que fez muito sucesso em duas temporadas no Borussia Dortmund, da Alemanha, o que o levou a se transferir para o Manchester United, da Inglaterra! O treinador tem vasta experiência no futebol japonês, comandou o Kawasaki Frontale durante cinco anos antes de assumir a seleção olímpica em 2010. E o seu conhecimento do futebol local foi muito importante para transformar o jovem elenco em um time competitivo. "O grupo demonstrou uma forte união e trabalhou duro para evoluir a cada jogo", disse o treinador de 51 anos, ex-atacante do Honda FC. "Conquistamos a vaga para os Jogos de Londres, mas isso foi apenas o começo. Temos de começar a nos preparar para o torneio olímpico propriamente dito." Em 68 o craque era  Kamamoto, em 96 Yoshikatsu Kawaguchi e Hidetoshi Nakata eram os nomes principais. Em 2000, Shunsuke Nakamura, Junichi Inamoto e Naohiro Takahara eram os jogadores mais falados. Quatro anos mais tarde Shinji Ono e Yoshito Okubo eram jogadores importantes que atuavam no futebol europeu! 


Agora em 2012, o goleirão Shuichi Gonda, o lateral direito Hiroki Sakai e o meia atacante Yuki Otsu são os  destaques. Para quem não se lembra, Hiroki Sakai jogava no Kashiwa Reysol quando este enfrentou o Santos no Mundial de Clubes em 2011. Inclusive, foi dele o gol de cabeça do time japonês, durante o jogo ele demonstrou uma força física incomum para um jogador asiático. Na época chegaram a dizer que o Santos tinha interesse no jogador. Por ter boa técnica com a bola, ser alto, bom no cabeceio e versátil, Sakai acaba de ser negociado com o Hannover 96, tradicional clube médio alemão. Curiosamente, seu reserva na lateral direita é Gotoku Sakai, o chará também joga na Alemanha, só que no Stuttgart. Nascido em Nova Iorque, Sakai optou por defender o país de suas origens. Com o sucesso estrondoso de Kagawa em gramados germânicos, começou uma overdose de transferências de jogadores nipônicos para lá. 

Yuki Otsu já vai para sua segunda temporada com a camisa do Borussia Monchengladbach. Takashi Usami, com 18 anos chegou com moral ao Bayern, depois de se destacar no Gamba Osaka. Clube que ainda é dono de seus direitos federativos, sem se destacar em duas temporadas emprestado ao maior time da Alemanha, acabou emprestado novamente, desta vez ao médio, porém ascendente Hoffenheim. Talvez por lá desponte melhor e convença algum clube alemão a comprar seus direitos definitivamente. O rápido e arisco Hiroshi Kiyotake é mais um que acaba de chegar para disputar a Bundesliga 2012/2013, vai envergar a camisa do Nurembergue, ou se você preferir, 1. FC Nürnberg. Sekikuza optou por levar apenas um jogador acima da idade limite de 23 anos, trata-se do defensor do FC Tokyo, Yuhei Tokunaga. 

Na defesa Maya Yoshida merece um comentário, há três anos na Holanda, defende o pequeno VVV-Venlo, clube que todo ano briga apenas para se manter na primeira divisão do país. Indo para sua quarta temporada no clube, em 2011/2012 foi fundamental para manter o time na elite. Com mais moral, deve ser titular absoluto este ano. O que será que Yoshida, Otsu, Kiyotake e Usami vão aprontar?





quinta-feira, 2 de agosto de 2012



Veja no link, os horários de todos os jogos das quartas de final do Torneio Olímpico Feminino de Futebol.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Torneio Olímpico Feminino - Grã-Bretanha 1 x 0 Brasil



Ambas seleções já classificadas, este jogo do fechamento da fase de grupos valia apenas para decidir quem se classificaria em primeiro, assim, teoricamente pegaria um adversário mais fraco nas quartas. Como este blog e outros admiradores de futebol feminino sugeriram, Jorge Barcellos resolveu mudar algumas peças para ver se o principal defeito dessa seleção se resolvia, que é a armação das jogadas. Ele manteve o esquema com três zagueiras, escalou Rosana na ala esquerda e Maurine na ala direita, onde rende melhor. Outra mudança foi a entrada de Thais um pouco mais recuada, para tentar ajudar Francielle na armação. Não deu nada certo, logo no começo do jogo era nítida a bagunça que se instalou em nossa seleção, com as jogadores confusas, sem saber bem para que lado correr. Ester, o calcanhar de Aquiles continuava lá, firme e forte no time titular.

As britânicas jogando em casa, com o lendário estádio de Wembley lotado foram para cima com tudo, em cobrança de escanteio de Kelly Smith, a defesa tirou, no rebote Karen Carney dominou a bola perto da linha lateral e driblou facilmente Ester, cruzou rasteiro e Stephanie Houghton muito esperta, antecipou-se à goleira Andreia e tocou para o fundo do gol brasileiro. Assim aos 2' de jogo nossa seleção já estava perdendo um jogo que para nós era aguardado como um teste, até para sabermos a real capacidade deste time. Ainda no primeiro tempo o Brasil levou sorte, Smith acertou belíssimo chute de voleio que passou rente á trave de Andreia. A Seleção Brasileira não conseguia criar chances claras e arriscava chutes de longa distância que não preocupavam a goleira Karen Bardsley. Um chute de Cristiane passou perto, mas sem a direção do gol, ou seja, Bardsley pouco trabalhou. 


No comecinho do segundo tempo Aluko fez um bom cruzamento para Smith, o cabeceio não saiu forte como ela desejava e Andreia pegou sem dificuldade. Em uma cobrança de falta, Marta lançou a bola na área britânica, a defesa afastou e no rebote a zagueira Renata Costa acertou um chute de primeira e Bardsley, bem colocada, defendeu. Eniola Aluko infernizava nossa defesa com sua velocidade, por mais que ficasse devendo nas finalizações. E foi numa dessas jogadas de velocidade que a nigeriana naturalizada inglesa sofreu pênalti claro de Francielle, que chegou atrasada na jogada e deu um toque sutil suficiente para derrubar a camisa 15 adversária. Na cobrança, a craque do time e uma das mais experientes pegou a bola assumindo a responsabilidade. Mas Smith não cobrou bem, facilitando o trabalho de Andreia que pegou uma bola fraca e praticamente no meio do gol.


Como o Brasil não assustava, não chutava, não criava chances claras de gol, começou a bizarrice protagonizada por nosso treinador. Precisando do empate ele tirou Bruna, e colocou outra zagueira? No caso, Aline Pellegrino. Pior, tirou a Maurine e colocou a zagueira Daiane Bagé, com características muito defensivas nas ala direita!? Jesus amado!!! Bruna é um dos motivos que tornaram nossa defesa mais forte, como já tinha um cartão amarelo, a única explicação por ter saído é essa. Mas Aline entrou e não demorou muito e também foi premiada com um cartão da mesma cor. Formiga fez muita falta, estava sendo preservada, pois ao 34 anos, não tinha necessidade de jogar com o time já classificado. Para piorar, Barcellos manteve a inexpressiva Thais até o fim, não adiantou a Érika para o meio-campo. Apenas no desespero, já no fim do jogo, resolveu colocar a atacante Grazielle no lugar da intocável Ester. 


Não é todo dia que acontece o que ocorreu na Copa da Suíça, em que Grazi entrou no fim e acabou fazendo o gol que deu o título deste torneio amistoso ao Brasil. O negócio amigo, é saber o que se está fazendo, Barcellos não pareceu saber bem onde estava. No fim o Brasil terminou o jogo com quatro atacantes em campo, do que adianta fazer isso se a bola não chega lá na frente cara pálida? É difícil, as coisas no futebol feminino já não são boas não só no Brasil como em muitos outros países do mundo. E ainda temos que aturar dirigentes que mal sabem administrar suas próprias vidas, quiçá contratar um treinador decente para a seleção feminina. Que saudade do Renê Simões!!! O que esperar do atual presidente da CBF, José Maria Marin, que rouba uma medalha descaradamente na premiação da Copa São Paulo de Futebol Júnior? Alguém realmente acha que mudou alguma coisa na CBF depois da queda de Ricardo Teixeira? Essa corja! E quem paga o pato é o cidadão comum que só quer ver a seleção de seu país fazer sucesso e nos dar alegria, já que com tantos impostos praticamente trabalhamos para saldá-los. E a vida? Sobra tempo para ela! 

P.S.

Com a segunda colocação do grupo E, jogaremos contra o Japão, atual campeão Mundial e que jogou com o freio de mão puxado contra a África do Sul, nitidamente se poupando para as quartas de final. Como o futebol é um esporte surpreendente, não podemos cravar que o japão sairá vencedor. Futebol não é uma ciência exata, mas tem sim uma certa lógica. E o mais provável é o Japão nos eliminar, lembrando que no futebol o imponderável pode dar as caras. 

Veja como foi o jogo no WSU!