quinta-feira, 26 de abril de 2012

Grupo 7





Ranking da Conmebol: 5º (16/04/2012)
Participações anteriores: 12 (1980, 1994, 1997, 1999, 2001, 2002, 2004, 2006, 2007, 2010, 2011, 2012) 
Melhor colocação: Campeão (1994)
Como se classificou: Campeão do Torneio Clausura 2011

O Vélez Sársfield como de costume, nadou de braçada na segunda fase da Libertadores. Logo de cara duas vitórias por 3 a 0. Sebastián Domínguez, - aquele mesmo que jogou no Corinthians - David Ramírez e Iván Óbolo fizeram os gols contra o Defensor Sporting em pleno estádio Centenário. No jogo seguinte, El Fortín derrotou o outrora forte Club Deportivo Guadalajara, mais conhecido como Chivas. Federico Insúa duas vezes e Mauro Iván Óbolo marcaram para o time argentino. Mas no terceiro jogo uma surpresa, derrota por 3 a 0 para o Deportivo Quito, na altitude da cidade equatoriana. Com certeza os 4.794 metros influenciaram de forma negativa o time argentino, mas a goleada fez com que o time equatoriano fosse mais respeitado.

No jogo de volta, o time de Ricardo Gareca teve muitas dificuldades, mas no fim a vitória colocou tudo nos eixos novamente. O solitário gol foi anotado por Juan Manuel Martínez, camisa 7 e um dos principais da equipe foi suficiente. Na partida seguinte o Vélez fez uma visita desagradável ao Chivas, 2 a 0, Augusto Fernández fez o primeiro e Lucas Pratto saiu do banco para fazer o segundo. Fechando o Grupo 7, já classificado, o Vélez recebeu o Defensor Sporting com um time misto. Como até mesmo o primeiro lugar da chave já estava garantido, Gareca pôde testar o goleiro Montoya e ainda ver como Lucas Pratto se sairia no time titular. Mas quem saiu do banco e fez o gol de honra na derrota por 3 a 1 foi Insúa. 

Gareca aliás, merece muitos elogios pelos trabalhos feitos nos últimos anos pelo El Fortín. Afinal de contas, mesmo com perdas importantes ele consegue fazer o time azul e branco desempenhar um futebol competitivo mas ao mesmo tempo ofensivo e organizado. Da temporada passada perdeu jogadores fundamentais, Maxi Morález (Atalanta - ITA), Ricky Álvarez (Inter - ITA), Santiago Silva (Fiorentina- ITA), Guillermo Franco (Pachuca -MEX). Mas para os lugares desse jogadores, chegaram outros de características parecidas ou ao menos de posições similares. 

Para o lugar de Álvarez chegou Insúa, jogador também canhoto e muito experiente, atleta tarimbado. Para assumir a vaga do ídolo "El Tanque" Silva, chegou Iván Óbolo, que estava jogando bem com a camisa do Arsenal de Sarandí e tem muita identificação com o Vélez, clube onde nasceu para o futebol. Lucas Pratto havia feito um primeiro semestre de 2011 muito bom com a camisa da Universidad Católica - CHI, mas seu segundo semestre com a camisa do Genoa - ITA não foi nada satisfatório. Na teoria ele seria o substituto de Guille Franco, que retornou para o México, país onde mais fez sucesso como jogador. Mas como Pratto é melhor que o argentino naturalizado mexicano, a transação se mostrou acertada. 

E jogadores que cumpriam papeis mais secundários na equipe cresceram muito e hoje são fundamentais. David Ramírez, Héctor Canteros, Augusto Fernández e Alejandro Cabral assumiram a responsabilidade de manter a engrenagem funcionando enquanto os reforços iam se adaptando. Sendo assim, hoje o time é forte e tem muitas peças para mudar os jogos. Até quando Gareca seguirá formando boas equipes no comando do Vélez só Deus sabe, mas que é um técnico de respeito, isso é. 





Ranking da Conmebol: 21º (16/04/2012)
Participações anteriores: (1998, 2005, 2006, 2008, 2009, 2010, 2012)
Melhor colocação: Vice-Campeão em 2010
Como se classificou: Melhor colocado na Liguilla do Apertura 2011

O Guadalajara com um time bem abaixo do que se viu nos últimos anos e ainda desmotivado só podia dar no que deu. Vice em 2010, o clube não poderia mesmo disputar o Mundial de Clubes se por acaso fosse o campeão. Pois a vaga para países mexicanos é através da ConcaChampions, competição da Concacaf e amplamente dominada pelos aztecas. Portanto, fica difícil entender times mexicanos disputarem a Libertadores, a não ser que haja uma fusão entre Concacaf e Conmebol e formem uma grande liga nos moldes do que é a Champions League na Europa. Com fases preliminares onde os times mais inferiores já vão sendo eliminados. E que fosse uma competição só entre todas as Américas, mas sabemos que isso é utópico. Pois tem as dificuldades de fuso horário, distâncias muito longas, logística e muito mais.

Voltando ao que interessa, a participação do Chivas nessa Libertadores foi vexatória, finalizando com uma derrota de 5 a 0 para o surpreendente Deportivo Quito e a lanterna do grupo. Muito precisa ser discutido para ver o que é melhor fazer, manter ou não os times mexicanos disputando a Libertadores? Tecnicamente é claro que eles acrescentam, são times de uma liga forte e rica. Mas será que vale mesmo a pena ver os mexicanos jogarem com desdém? Ora, o que mais podem ganhar além de viagens cansativas? O título?
Veremos quando um time mexicano for campeão, a confusão que vai ser!

Héctor Reynoso continua sendo o implacável zagueiro da equipe, muitos o consideram um jogador sujo. Ficou marcado pela imagem em que cospe num adversário na época em que o mundo estava apreensivo por conta da gripe suína. Numa clara tentativa de intimidar o adversário! Além dele, no time atual podemos destacar o goleiro Luis Ernesto Michel, desde 2007 convocado frequentemente pela seleção mexicana. Na defesa outra figurinha carimbada é Jonny Magallón, no ataque Alberto Medina e Omar Arellano ainda dão as cartas. Não só no meio-campo como também no ataque o time mexicano passa por uma reformulação. Muitos jogadores jovens, inexperientes internacionalmente e com pouca rodagem. A disputa dessa Libertadores com certeza engrandeceu esses jogadores. Muitos deles se destacaram com as seleções de base do México. Inclusive alguns que foram campeões Sub-17 em 2011. Destaques para Giovani Casillas e Carlos Fierro, a dupla de ataque no título citado.







Ranking da Conmebol: 26º (16/04/2012)
Participações anteriores: 12 (1977, 1980, 1982, 1990, 1992, 1994, 1996, 2001, 2006, 2007, 2009, 2012)
Melhor colocação: Quartas-de-final 2007 e 2009
Como se classificou: Vice-Campeão uruguaio 2010/2011

Como já era de se imaginar, o Defensor Sporting é um time modesto e no máximo aguerrido. Seus destaques mais conhecidos são jogadores já com bastante rodagem em ligas de países bem distintos. De Espanha à Áustria, da Turquia à França, do México ao Uruguai, esses são os países por onde passaram Andrés Nicolás Olivera - popular Nico - e Andrés Fleurquin. O primeiro é um baixinho veloz e arisco de 33 anos, que teve bons tempos com a camisa azul celeste da seleção charrúa. O segundo é um volante de bom toque de bola e boa estatura, inclusive hoje, aos 37 anos, não é incomum vê-lo jogando na zaga. Também teve alguns jogos com a belíssima camisa da seleção do Uruguai, 11 convocações exatamente.

Do plantel atual de 35 jogadores, apenas 25 puderam ser inscritos na Libertadores, o time é muito jovem, com média de idade de 23,22 anos. Com a maioria dos jogadores formados pelo clube, curiosamente, dois brasileiros. O goleiro Ruben Silva e o meio-campista Felipe Conceição. No mais é um time bastante inexperiente para jogar em bom nível uma competição como essa. Um jogador que chama atenção é Pablo Pintos. É muito rápido, que se destacou bastante quando o Defensor eliminou o Flamengo nas oitavas-de-final da Libertadores 2009. O que lhe rendeu uma transferência ao San Lorenzo, da Argentina, onde dominou o lado direito do campo, seja como ala, lateral ou meia-externo. Assim acabou se transferindo para o Getafe, pequeno time da grande Madrid, primo pobre dos mais conhecidos Real e Atlético.

Lá acabou não vingando e retornou ao time que o revelou, só que ainda é jovem, tem apenas 24 anos e clubes brasileiros se fossem bem administrados, poderiam contar com os serviços deste atleta. Já que o Brasil tem uma séria carência de laterais pela direita. O zagueiro/lateral Diego Rodríguez, cria do Peñarol, jogou a temporada 2008/2009 com a camisa do Bologna - ITA. E o  zagueiro central Mario Risso tem bola para jogar em um time melhor. No geral, a terceira posição no grupo 7 só não ficou feia porque o Deportivo Quito tem um time de qualidade e não foi por acaso que se classificou ao lado do Vélez. 
Enfim, que a experiência desta edição sirva para a maioria jovem se desenvolver melhor na profissão.




Ranking da Conmebol: 25º (16/04/2012)
Participações anteriores: 9 (1965, 1969, 1986, 1989, 1998, 2009, 2010, 2011, 2012)
Melhor colocação: Oitavas-de-final em 1989
Como se classificou: Campeão nacional 2011

O Deportivo Quito é o clube que carrega a alcunha de jogar um futebol com ares teatrais. Não à toa é chamado de La Noble Institución ou El Equipo de la Plaza del Teatro. O comandante do nobre time é o argentino Carlos Ischia, campeão do Apertura 2008/2009 treinando "só" o Boca Juniors. Está aí uma das explicações para goleada contra o Vélez, sem falar de altitude, qualidade técnica ou organização tática, Ischia conhece bem o futebol de seu país. E até por isso, conta com alguns conterrâneos, um é protagonista, outro é coadjuvante e o outro não leva nem o troféu framboesa.

A começar pelo gol, Marcelo Elizaga - aos 40 anos - é hoje titular absoluto da seleção equatoriana e passa muita tranquilidade para a defesa. Esta que é formada pelos experientes Giovanny Espinoza e Isaac Mina. Espinoza inclusive teve boa passagem pelo Cruzeiro em 2008, depois retornou ao seu país para defender o Barcelona de Guayaquil. Por lá esteve pouco tempo, jogou um ano na Inglaterra, pelo Birmingham, e dois anos na Unión Española, do Chile. Antes de tudo isso foi ídolo por alguns anos da torcida da LDU, as boas atuações pela equipe Blanca lhe renderam uma transferência para o Vitesse, da Holanda. O resto da história já sabemos. Sucesso na seleção e profissionalismo por onde passou, é um líder e grande exemplo aos jogadores mais jovens.

Mina é um exímio cabeceador, faz bem seu papel defensivo e ainda leva muito perigo quando sobe ao ataque. É bom evitar escanteios ou faltas laterais, pois se a bola vir no jeito é caixa! Outro bom nome é o lateral-esquerdo Luís Checa, que chega bem ao ataque e costuma fazer seus golzinhos, nessa Libertadores já marcou um. Mas é no meio-campo e ataque que estão os principais responsáveis por La Academia estar nas oitavas de uma competição internacional tão importante. Luis Saritama é um jogador de muita qualidade, criativo, dá boas assistências, mas é aquele típico caso de bom jogador que não se firma na seleção. Apesar disso, honra a camisa 10 que veste, pelo menos nessa temporada tem sido mais regular.

O argentino Matías Alustiza é quem está comendo a bola, o camisa 11 inclusive é o vice-artilheiro dessa edição da Libertadores com seis gols. Quatro deles marcados no jogo que fechou o Grupo 7, contra a garotada do Chivas. Que eliminado, optou por colocar as promessas em ação, pela goleada de 5 a 0 sofrida, não deu certo. Alustiza é um baixinho de 1,66, revelado pelo pequeno Deportivo Santamaria, da cidade de Tandil, na Argentina. Mas foi com a camisa do Chacarita Juniors que se destacou, passou por clubes pequenos da Espanha até chegar a um grande de verdade, o tradicional San Lorenzo, por lá ficou apenas um ano e hoje, aos 27 anos, está muito bem com a camisa do Deportivo Quito.

Fidel Martínez é outro ponto forte da equipe de Ischia, revelado pelo Independiente José Terán, da cidade de Sangolquí, foi contratado pelo Cruzeiro. Após se destacar com as seleções de base de seu país e ser apontado como joia. O time mineiro até que teve paciência com o jogador, hoje com 22 anos, inclusive o emprestou para a Caldense em 2009. No Brasil ele não se deu bem, mas de volta ao seu país reencontrou sua melhor fase. Maxi Bevacqua - argentino - é um centro-avante típico, costuma entrar bastante durante os jogos e algumas vezes é titular, quando Martínez não pode jogar ou quando o treinador precisa de uma referência na área. Outro atacante que faz parte do elenco é Luis Miguel Escalada, os brasileiros vão se lembrar bem dele. É aquele mesmo argentino, contratado pelo Botafogo em 2008, mas que chamou mais atenção por estar completamente fora de forma do que pelo futebol.

A classificação já foi surpresa, passar das oitavas seria muito, afinal de contas a missão dos equatorianos é eliminar nada mais, nada menos que a Universidad de Chile! Missão impossível? O que aconteceu na Champions League essa semana mostra que não!

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