sexta-feira, 20 de abril de 2012

Grupo 5




Ranking da Conmebol: 17º (16/04/2012)
Participações anteriores: 37 (1962, 1964, 1966, 1967, 1968, 1969, 1970, 1971, 1972, 1973, 1974, 1976, 1979, 1980, 1983, 1984, 1988, 1991, 1992, 1993, 1994, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012)
Melhor colocação: Campeão (1971, 1980, 1988)
Como se classificou: Campeão da Primera División 2010/2011

O Nacional começou a Libertadores 2012 em grande estilo, venceu o Vasco em pleno São Januário com muita facilidade. O placar de 1 a 2 não sugere tamanha facilidade, mas quando o jogo estava 2 a 0 para os uruguaios, Vicente Sánchez perdeu uma chance clara de fazer o terceiro. Até aí tudo bem, uma vitória muito importante havia acontecido fora de casa. O clube treinado pelo ex-jogador Marcelo Gallardo, desenvolveu um futebol ofensivo, organizado e muito rápido. O que deixou os torcedores envolvidos na grande mística charrúa mais do que animados.

Mas nem tudo saiu como o programado, a derrota em casa para o Libertad foi um balde de água fria. E a derrota no Peru, contra o Alianza Lima foi como um soco no estômago. Eis que o Rey de Copas reagiu contra o mesmo time peruano, vencendo em casa pelo placar mínimo. Mas nova derrota em seus domínios complicou de vez a situação do time uruguaio, logo para o Vasco, a vítima inaugural. Após o bom começo, a queda melancólica já na primeira fase entristece aqueles que amam o futebol. Todos querem ver o Nacional bem, até mesmo o torcedor carbonero - Peñarol -, para reviver os grandes clássicos do passado.

E o ex-craque Gallardo teve jogadores interessantes ao seu dispor, como o lateral-esquerdo Diego Placente, seu conterrâneo, tantas vezes convocado para seleção argentina. Andrés Scotti que disputou a Copa de 2010 com o Uruguai, só para ficar em dois exemplos. No meio Álvaro Recoba ainda tem bons lampejos, mas longe daquele que no passado colocava a bola onde queria. Jovens como Matías Cabrera, Santiago Romero, Facundo Piris e Maxi Calzada sentiram a pressão e caíram de produção. Talvez, Tabaré Viudez tenha sido o único a não sentir a pressão e manteve seu bom futebol, que um dia o levou ao Milan, da Itália. 

No ataque Vicente Sánchez não decepcionou na maioria das oportunidades que teve, ao lado de Viudez e Alexander Medina fez belas jogadas. A maior decepção no ataque dos Bolsos foi Joaquín Boghossian, o grandalhão de 1,97 não esteve bem. Após se destacar com a camisa do Newell's Old Boys e marcar muitos gols na argentina, acabou se transferindo para o futebol europeu. Foi contratado pelo Red Bull Salzburg, para substituir Marc Janko, até então artilheiro máximo do time mas que havia sido negociado com o Twente, da Holanda. O acerto com Boghossian parecia promissor, pelos gols do uruguaio e pela semelhança física com o austríaco que hoje joga no Porto, de Portugal. Como o nome sugere, o atleta descende de armênios, portanto tem passaporte europeu, o que facilita a estadia dele por lá. Emprestado ainda ao Nacional, todos esperam que retorne a fazer seus gols característicos de centro-avante matador.

Se desta vez a força dos Tricolores não se fez valer, quem sabe em 2013? Tradição e camisa tem de sobra!


Ranking da Conmebol: 22º (16/04/2012)
Participações anteriores: 8 (1975, 1980, 1985, 1990, 1998, 1999, 2001, 2012)
Melhor colocação: Campeão: 1998
Como se classificou: Campeão da Copa do Brasil 2011

O Gigante da Colina merece de novo essa alcunha após alguns anos no ostracismo, inclusive sendo piada de adversários, como o Flamengo. Depois do sufoco da queda de divisão, o retorno bonito e a festa da torcida trouxeram de volta o grande Vasco da Gama. Que hoje se moderniza e se organiza da melhor maneira possível. Apesar das críticas iniciais, Roberto Dinamite prova que sempre esteve certo. Infelizmente  no Brasil alguns times só aprendem da pior maneira, caindo para Série B. Botafogo e Corinthians parecem ter aprendido a lição. Mas Atlético Mineiro e Palmeiras parecem não ter aprendido bem a lição, fazendo papeis dignos de chacotas.

O elenco atual do Vasco é meio deficitário quando o assunto é ataque, afinal, depender de Alecsandro para balançar as redes é dose. Felizmente, Cristóvão Borges tem jogadores rápidos como Willian Barbio e Éder Luís, que abrem espaço para as chegadas de Juninho, Felipe e principalmente Diego Souza. Se não podem jogar juntos, Juninho e Felipe ainda demonstram muito talento, apesar da idade avançada. Ambos ainda são bem úteis, contrariando a cabeça do treinador, provam que ainda podem dar um bom caldo jogando juntos. A boa fase de Fellipe Bastos também impressiona, com belos chutes de longa distância. E os jovens Allan e Rômulo se não estão jogando tão bem como no Brasileiro 2011, em breve podem retomar a boa fase.

Os argentinos Leandro Chaparro e Matías Abelairas ainda não mostraram bom futebol, assim como o matador equatoriano Carlos Tenório. Ao que parece, Tenório - contundido - é aquele com mais chances de vingar com a cruz de malta e o seu pendão. A defesa vascaína é um ponto forte, já que ainda conta com o 'mito' Dedé. Mas desde a saída de Anderson Martins não encontram um companheiro a altura do melhor zagueiro do Brasil, segundo a torcida do Vasco e grande parte da mídia. No gol Fernando Prass é um dos melhores do país e não compromete. 

Ao lado de Dedé, Renato Silva até que fez bons jogos, mas com a chegada de Rodolfo já o imaginaram no banco. Mas o detalhe é que o bom zagueiro não consegue repetir as boas atuações dos tempos de Fluminense e dos anos que passou na Rússia e na Ucrânia. Com certeza a séria lesão sofrida quando estava no Grêmio ainda atrapalha psicologicamente. Na lateral-esquerda Thiago Feltri ao menos ouve menos xingamentos que Márcio Careca ouvia no ano passado. E a torcida- quem diria - sente falta de Jumar, volante aguerrido que havia se adaptado bem no lado esquerdo da defesa vascaína. Ele que hoje defende as cores do Guanghzou R&F FC, do emergente futebol chinês.

Será que o Vasco vai ser campeão da Libertadores pela segunda vez em sua história? Ou será que vai ser vice de novo? Brincadeiras á parte, o Vasco é um dos postulantes ao título, com toda certeza.



Ranking da Conmebol: 7º (16/04/2012)
Participações anteriores: 13 (1968, 1977, 1978, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012)
Melhor colocação: Semifinal em 2006
Como se classificou: Melhor pontuação entre os não campeões do Apertura e Clausura 2011

A primeira rodada deste grupo 5 da Libertadores foi cheia de surpresas, primeiro a bela vitória do Nacional contra o Vasco, jogando um futebol de dar gosto. Depois a vitória de 4 a 1 do Libertad para cima do Alianza, não que o time peruano fosse forte, mas o placar dilatado chamou atenção. Ficou claro que os três times brigariam feio pelas duas vagas. mas o grande Nacional de Montevideo fraquejou quando não podia, e viu suas chances se esvaírem. O Club Libertad não é um time brilhante, mas é bastante aguerrido e brigador, ás vezes até violento.

No gol tem o experiente uruguaio Rodrigo Martín Muñoz, que costuma fechar a meta e dificulta para os matadores. Na defesa Pedro Sarabia com seus 36 anos ainda é útil e ajuda os mais jovens. Cristian Nasuti é no máximo razoável, ou de outro modo teria se firmado no Rivar Plate, onde foi formado. Sarabia já disputou duas Copas do Mundo, duas Copas América, além das eliminatórias da Copa de 2006. Com 47 convocações para a seleção paraguaia, ele ainda é o capitão do time paraguaio e respeitado entre os companheiros. Joe Bizera, zagueiro uruguaio também merece respeito, duas Copas América no currículo, uma Copa do Mundo e também jogou as eliminatórias da Copa de 2006. 

Carlos Bonet, que tem jogado muitas vezes na defesa, sempre foi um bom volante e com boas participações na seleção paraguaia, ainda joga seu raçudo futebol. Um ponto forte pelo lado esquerdo do Albinegro é Miguel Samudio, que tem um potente chute de perna esquerda, apesar de usar a camisa 10, costuma ser o lateral-esquerdo, mas não é incomum vê-lo jogar aberto pelos flancos no meio campo. Nessa parte do campo alguns argentinos se destacam, conterrâneos do treinador Jorge Burruchaga, Luciano Civelli, Sergio Aquino e Jonathan Santana. Este último tem mãe paraguaia e tios e avós do país, sendo assim, acabou optando por defender a seleção paraguaia. Possui algumas convocações e já fez bom jogos com a seleção nacional.

Para quem não se lembra, o atual treinador do Libertad foi um dos jogadores mais importantes no título da Argentina na Copa de 1986, esta que consagrou Diego Armando Maradona. Mas voltando aos tempos atuais, ainda no meio-campo, o Gumarelo ainda conta com Víctor Cáceres, jogador que é uma espécie de símbolo do clube, onde jogou por toda sua carreira até agora, apesar do assédio, acaba sempre ficando no time que ama. Recentemente, quase fechou com o Flamengo, o que não seria uma boa ideia. É um jogador bastante regular e frequentemente está entre os selecionáveis da seleção. 

No ataque Repollero, o baixinho José Ariel Núñez inferniza os zagueiros adversários se movimentando por toda parte com sua nítida velocidade e agilidade. As outras opções são até variadas, o centro-avante Pablo Velázquez é aquele típico grandalhão trombador, que dá trabalho. Rodolfo Gamarra - de apenas 1,66m - é fraco tecnicamente mas tem velocidade e bom posicionamento. E Cristian Menéndez é mais um dos cinco argentinos do elenco, ainda não marcou nessa Libertadores. Vale ficar de olho em Mauro Caballero, o garoto de apenas 17 anos já guardou dois nesta competição. Dois bons jogos contra o Cruz Azul devem acontecer, agora é aguardar e ver o que acontece.





Ranking da Conmebol: 51º (16/04/2012)
Participações anteriores: 23 (1963, 1964, 1966, 1972, 1976, 1978, 1979, 1983, 1987, 1988, 1994, 1995, 1997, 1998, 2000, 2002, 2003, 2004, 2005, 2007, 2010, 2011, 2012)
Melhor colocação:
Como se classificou: Vice-Campeão do Descentralizado 2011

O Alianza dentro de suas limitações até que não fez um papel ruim nesta edição da Libertadores. Deu trabalho ao Vasco nos dois jogos, venceu o Nacional em casa e depois perdeu fora pelo placar mínimo. E as outras derrotas foram por 2 a 1, bem apertadas, só o 4 a 1 sofrido contra o Libertad ficou feio. O atual vice-campeão peruano conta com inúmeros jogadores da América do Sul. Venezuela, Colômbia, Argentina, Paraguai, Chile e Uruguai marcam presença no elenco de Los Íntimos. O treinador do time que conquistou o campeonato peruano 22 vezes é José Soto, ex-atacante e apelidado de Pepe pelos mais chegados. 

Soto até que montou uma equipe equilibrada, que atua costumeiramente 4-4-2, mas o baixo nível técnico atrapalhou os planos do treinador. Para se ter uma ideia, o 'eterno' Juan Jayo ainda veste a camisa 8 do time, é reserva e ótimo volante. Ele que foi titular por muitos anos da seleção peruana, aos 39 anos já não tem mais o mesmo fôlego que tanto o caracterizava em campo. São 18 anos com a camisa do Alianza, sem contar uma passagem pelo José Galvez, duas passagens pelo futebol espanhol, Las Palmas e Celta de Vigo, além de uma pequena aventura no futebol argentino, onde defendeu o pequeno Unión de Santa Fé. Carreira bonita de Jayo!

Os responsáveis pelos gols do time peruano nessa Libertadores foram vários, o uruguaio Jonathan Charqueiro guardou o seu. Assim como o zagueiro Walter Ibáñez, que também é um autêntico charrúa.
Se desta vez não foi possível passar da primeira fase, dos males o menor, ao menos o futebol peruano demonstra alguma evolução ao dar trabalho para times mais tarimbados como Nacional e Vasco. Que essa experiência tenha sido válida para voos maiores no futuro.


Nenhum comentário:

Postar um comentário