sábado, 14 de dezembro de 2013

Mundial de Clubes - Marrocos 2013


É com muita alegria que o Marrocos recebe uma competição desse porte. Os marroquinos querem mostrar ao mundo que possuem capacidade suficiente para receber um evento oficial da Fifa. Já imaginando uma hipotética candidatura para a Copa de 2026, querem deixar boa impressão. E animação não vai faltar para esse que é um dos países árabes da África, outrora colonizado pelos usurpadores franceses. E no dia 11/12/2013 chega a tão aguardada hora, tudo que os marroquinos esperam é uma boa vitória do Raja Casablanca contra o Auckland City, campeão continental da Oceania. Façam suas apostas, a sorte está lançada!!!

Bayern München 
http://www.fcbayern.telekom.de/

Títulos Oficiais: 62
Participações em Mundiais: 1
Destaque Individual: Franck Ribéry
Fique de Olho: Mario Götze

Time base:


Técnico: Pep Guardiola 

Cinco vezes campeão europeu, o Bayern participa do Mundial pela primeira vez em sua história. Assim como inúmeros times ao redor do globo, os bávaros ganharam a Copa Intercontinental duas vezes e não se consideram bi campeões mundiais por conta disso. O time alemão tem jogado um futebol elogiável, a chegada de Pep Guardiola mudou bastante a forma de jogar da equipe. Com Jupp Heynckes o esquadrão da Baviera já era temível. No começo o treinador espanhol não mudou tanto, mas devagar foi dando seus toques. A primeira grande mudança a chamar atenção foi a escalação de Philipp Lahm como volante. Antes da contusão de Bastian Schweinsteiger, Pep havia testado alguma vezes, colocando o brasileiro Rafinha na lateral direita e deslocando Lahm para o meio. Mas enquanto Schweinsteiger não se recupera, o baixinho habilidoso tem sido mantido à frente da zaga. Exercendo uma função muita parecida com a de Andrea Pirlo na seleção italiana.

A fartura do time é excepcional, Guardiola pode fazer inúmeras variações, táticas e de jogadores que ainda mantém um timaço. O Bayern está pulverizando todos os recordes possíveis e imagináveis. Depois de dez vitórias consecutivas na CL, maior recorde da competição, o time alemão perdeu a invencibilidade para o Manchester City em casa. Derrota que deixou os dois times iguais em números de pontos no grupo B, mas o Gigante da Baviera levou a melhor no saldo de gols. Essa derrota aconteceu depois de o Bayern ter completado 40 rodadas e 405 dias sem perder na Bundesliga, depois de trucidar o Werder Bremen fora de casa por 7 a 0, isso mesmo, você não leu errado, SETE a ZERO. E isso desfalcado de dois jogadores da estirpe de Arjen Robben e Bastian Schweinsteiger, ambos não estarão no Mundial. Sorte ou azar dos adversários?

No gol, Manuel Neuer é um dos melhores arqueiros do mundo sem sombra de dúvidas. Tem Rafinha na lateral direita mas não existe nenhum reserva, mas e se ele se machucar? Lahm volta para lateral. Mas e se o baixinho também se contundir? Boateng pode jogar por ali, como já fez inúmeras vezes, assim Daniel van Buyten formaria a zaga com o brasileiro Dante. Se por acaso o belga e o black power ficarem impossibilitados de jogar, seja por suspensão e qualquer outro motivo, ainda restam Jan Kirchhoff e Holger Badstuber. O segundo é canhoto e pode ser o zagueiro pela esquerda ou até mesmo o lateral no lugar do Alaba se for o caso de armar o time um pouco mais defensivo. E ainda sobra o Diego Contento, que não é nenhuma maravilha, mas não compromete. Além de tudo isso, o espanhol Javi Martínez que é um ótimo volante, joga muito na zaga também. E se Lahm precisar jogar na lateral e Martínez na zaga, Thiago Alcântara está de prontidão para servir.

Na meia Mario Götze e Toni Kroos são dois dos melhores jogadores do futebol mundial, com qualidades raras de se achar nesse futebol tão físico que se disputa atualmente. Sendo que o ex-jogador do Borussia Dotrmund sabe jogar aberto também, tanto pela direita como pela esquerda. Sem Robben, que gosta de jogar aberto pela direita e driblar para dentro para desferir seus chutes, quem tem jogado ali é Thomas Müller, que se não é um primor técnico, tem um posicionamento invejável. Tem faro de gol, bom passe, velocidade e ainda tem uma fibra e uma garra que o transformam num jogador de primeiro nível. Mas se por acaso Guardiola precisar de alguém com características mais ou menos parecidas com as de Robben, tem o Shaqiri de lambuja.  O suíço descendente de kosovares é um exímio driblador, assim como seu colega holandês. E, versátil, o craque da seleção da Suíça joga pelos flancos e pelo meio se for o caso.

E antes que me lembrem que o Franck Ribéry existe, o francês que jogou demais na última temporada, vem mantendo o nível na atual. Tanto é que merecidamente está entre os três finalistas para conquistar a Bola de Ouro da Fifa, concorrendo com Cristiano Ronaldo e Messi. E pela conquista da tríplice coroa com o Bayern, não será nenhum absurdo se o Scarface abocanhar o prêmio mor da Fifa. Ainda mais se fechar bem o ano com o título Mundial, que dificilmente não ficará com o time germânico. No ataque o matador croata Mario Mandžukić reina absoluto. Mas se porventura ele não puder jogar, tem o peruano Claudio Pizarro, maior artilheiro estrangeiro da história da Bundesliga. Mesmo aos 35 anos, El Bombardero de los Andes é muito respeitado na Baviera. Se os dois quebrarem as pernas, Müller com certeza não deixaria a desejar como centroavante. Sendo assim, mesmo desfalcado, caso enfrente mesmo o Atlético Mineiro na final, será favorito absoluto.

Mesmo com certa lógica, o futebol não é uma ciência exata, não é impossível o time brasileiro ser campeão. Caso o tão aguardado confronto Europa x América do Sul realmente aconteça, felizardos seremos nós, amantes desse esporte, que poderemos apreciar duas das equipes que jogaram um futebol primoroso em 2013. Quem viver, verá!

 Clube Atlético Mineiro

Títulos Oficiais: 52
Participações em Mundiais: 1 
Destaque Individual: Ronaldinho
Fique de Olho: Diego Tardelli

Time base:


Treinador: Cuca 

Vice-campeão brasileiro em 2012, o Clube Atlético Mineiro conquistou a tão desejada vaga na não menos desejada Libertadores da América 2013. A diretoria soube manter a base e trouxe jogadores que mantiveram o bom nível da equipe. Montou o tão apregoado elenco grande, não só em quantidade, mas primordialmente em qualidade.  Na primeira fase o Galo não tomou conhecimento dos adversários, foi logo vencendo o São Paulo em pleno Morumbi, com propriedade e com um futebol de encher os olhos. O que até surpreendeu muita gente que via o Atlético como um time com aura grande apenas no passado, sem cacife para vencer o 'Soberano'. Aquela altura Junior César estava voando na lateral esquerda, Leandro Donizete estava um monstro na marcação e na saída de bola. Qualidade que poucos enxergam, ele tem/teve méritos que acabam/acabavam ficando com Diego Tardelli, Jô e Bernard. Um Ronaldinho inspirado e focado como poucas vezes se viu liderava um time que estava jogando o fino da bola. Ainda mais nesse futebol em crise técnica e físico desempenhado atualmente. 

No segundo jogo goleada acachapante em cima do fraco Arsenal de Sarandí, da Argentina. 5 a 2 com direito a um hat-trick de Bernard, o baixinho estava impossível. No jogo contra o The Strongest, da Bolívia, um fato que chamou muita atenção foi a tietagem dos jogadores bolivianos para com Ronaldinho, que tirou inúmeras fotos com eles. Mas quem imaginava um jogo fácil se enganou redondamente, inspirados por um Alejandro Chumacero implacável na marcação, os bolivianos causaram mais dificuldades que os dois primeiros adversários, 2 a 1 para o alvinegro mineiro. No jogo de volta, na Bolívia, nem mesmo a altitude atrapalhou o Galo, que deu duas bicadas no Tigre e saiu com nova vitória por 2 a 1. Na volta contra os argentinos nova goleada por 5 a 2, a essa altura o slogan 'caiu no Horto tá morto' estava no auge. Já classificado para a fase de mata-mata o Atlético jogou totalmente relaxado e acabou perdendo do São Paulo por 2 a 0. E mesmo com essa derrota o time de Cuca terminou com a melhor campanha da primeira fase, disparado! 

Quis o destino que o adversário nas oitavas fosse o São Paulo, justamente seu conterrâneo e companheiro de grupo na segunda fase, pois a primeira fase é aquela conhecida aqui no Brasil como Pré Libertadores. O São Paulo suou muito para conseguir ser o pior classificado às oitavas. E de acordo com o regulamento o melhor da fase de grupos enfrenta o pior. E quando as piadinhas diziam que na hora do vamo ver o Galo afinava, que o Cuca é o treinador mais azarado do futebol, vitória por 2 a 1, com Ronaldinho calando os críticos. Mesmo com a vitória ainda tinha gente achando que era fogo de palha, mas o 4 a 1 no 'Horto' eliminou o São Paulo num agregado humilhante de 6 a 2. Fim das piadinhas.  E com toda a intensidade e doação dos jogadores na primeira fase e nas oitavas, o time sofreu com uma queda física/técnica vertiginosa. O jogo contra os mexicanos do Tijuana no gramado sintético foi mais difícil do que se imaginava. E quando a derrota parecia certa, apareceu um Luan vindo do banco com uma garra incrível e o empate por 2 a 2 acabou tendo um gosto de vitória, afinal, com o gol qualificado o Atlético poderia empatar por 0 a 0 ou 1 a 1 em casa que ainda se classificaria. 

O segundo jogo foi dramático, sensacional, para cardíaco nenhum botar defeito, com certeza um dos jogos mais marcantes da memória de qualquer atleticano. O Tijuana abriu o placar aos 26 minutos de jogo, o tempo ia passando e nada do time brasileiro conseguir desempenhar aquele mesmo futebol que até então vinha encantando. Muito pela já citada queda física do time, que aquela altura já tinha Richarlyson titular na esquerda, uma vez que Júnior César não é mais nenhum garotinho e estava deixando a desejar.  Eis que só aos 41 minutos do segundo tempo o Galo conseguiu empatar esse jogo encardido. Mas como não podia faltar emoção, no último minuto de jogo pênalti para Los Xolos. E foi aí que o goleiro Victor começou a brilhar, defendeu com a perna esquerda a bola chutada por Riascos no meio do gol. E assim a classificação para a semifinal estava garantida. E quando imaginava-se que a parada para a disputa da Copas das Confederações fosse ser benéfica ao time mineiro, para recarregar as baterias que nitidamente estavam no limite. A séria contusão de Leandro Donizete fez a engrenagem que vinha funcionando muito bem sair dos eixos. 

Os desfalques de Leonardo Silva e Réver para o primeiro jogo da semifinal contra o Newell's Old Boys na Argentina deixou o time em maus lençóis. Até porque o time de Tata Martino (hoje treinador do Barcelona), era o que vinha jogando o melhor futebol da competição depois do time brasileiro. Com todos os problemas citados, imaginava-se que o jogo seria difícil, mas nem o atleticano mais pessimista imaginaria aquela derrota por 2 a 0. Para a volta Josué passou a ser titular no lugar do Leandro e Gilberto Silva formou a zaga ao lado de Leonardo Silva, pois Réver ainda estava suspenso, tinha pegado dois jogos pela tola expulsão contra o Tijuana. Como já era de se esperar, para o segundo jogo o time argentino veio para se defender, mesmo com toda a pressão do Atlético o time argentino conseguia se safar principalmente por um Nahuel Guzmán inspirado, pegando até pensamento. Mesmo com o gol de Bernard no comecinho do jogo, o time argentino não se abalou e conseguiu segurar a pressão. E quando tudo parecia perdido, depois de Cuca tentar o que era possível, colocando Luan, Alecsandro e Guilherme (três atacantes), eis que aos 50 minutos da segunda etapa Guilherme fez o gol que levou a peleja para os penais. 

Aí foi a vez de Victor brilhar mais uma vez, 3 a 2 para o Galo Doido das Gerais e torcida em êxtase nas arquibancadas. E quando parecia que o pior já tinha passado, pois muitos viam o Olimpia bem inferior ao time do Atlético, El Decano mostrou que a camisa três vezes campeã da Libertadores pesa e que tradição não é bobagem. Desfalcado de Bernard, suspenso, Luan merecidamente ganhou a vaga, até porque era o que mais se aproximava das características do baixinho, que hoje joga no Shakhtar Donetsk, da Ucrânia. Por mais que a inferioridade técnica do Rey de Copas fosse visível, o time mineiro não conseguia envolver como no passado recente. Para piorar o uruguaio Alejandro Silva abriu o placar depois de belíssima jogada individual. E quando o 1 a 0 contra parecia um placar possível de se reverter em BH, Wilson Pittoni acertou uma perfeita cobrança de falta e decretou a derrota de 2 a 0 que fez os cruzeirenses vibrarem. Mais uma vez os fantasmas de Cuca, do próprio Atlético pareciam ser verdade. Mas eis que as milhões de vozes atleticanas ecoavam o grito de 'Eu Acredito', que começou a ser entoado durante o sofrido jogo contra o Tijuana. 

A torcida abraçou o time, numa sintonia que parecia trazer de volta toda aquela intensidade da primeira fase da competição. Para o jogo decisivo o desfalque foi Marcos Rocha, incisivo no ataque, veloz, o time ficou bem abaixo com o reserva Michel. O gol de Jô e a vitória por 1 a 0 não bastava para que o Atlético se sagrasse campeão continental pela primeira vez em sua história. Aos 42 minutos do segundo tempo o zagueirão Leonardo Silva já tinha virado centroavante, muito alto e exímio cabeceador, foi dele o gol que ressuscitou as chances de um time secado com todas as forças pelos rivais cruzeirenses. Olha que o Olimpia ainda teve uma chance incrível nos pés do centroavante argentino Juan Ferreyra, que perdeu o gol que decretaria o Tetra de um dos gigantes do futebol sul-americano. Nos pênaltis, 4 a 3 para o Galo forte e vingador, com direito a choros nas arquibancadas, depois de todo o sofrimento o título foi merecidíssimo. Superando todas as inúmeras dificuldades citadas acima, a Taça Libertadores da América ficou em boas mãos. 

Com o fim da competição, como não poderia ser diferente, o time perdeu um de seus principais jogadores, Bernard rumou para o Leste Europeu em busca da tão sonhada independência financeira. Parecia impossível conseguir algum jogador que fizesse o que o baixinho liso fazia. O Atlético correu atrás de reforços, trouxe o argentino Jesús Dátolo e o brasileiro Fernandinho, ex-São Paulo, que estava no Al Jazira, dos Emirados Árabes Unidos. O argentino despontou bem no Boca Juniors, com sua habilidade na perna esquerda, mas flopou miseravelmente na Europa, no Internacional não foi nem sombra das lembranças que os brasileiros guardavam da época em que ele jogava no time Xeneize. Mas quem surpreendeu e encaixou como uma luva no time foi o brasileiro. Cuca subiu muitos garotos das categorias de base, com a séria contusão de Richarlyson e a má fase de Júnior César, o treinador passou a escalar o garoto Lucas Cândido como lateral esquerdo. O volante de Uberlândia, cidade vizinha a Uberaba, de onde este que vos escreve é, marca implacavelmente e tem boa qualidade com a bola dominada. Tanto é que disputou o Sul-Americano Sub-20 com a seleção brasileira.

Com a séria contusão de Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli mostrou todo o seu amadurecimento ao assumir o protagonismo no time. Jogando mais recuado, surpreendeu ao mostrar certa desenvoltura jogando de meia. Ele que já havia se adaptado bem numa função que não fazia muito durante a carreira, que era jogar aberto e ajudar na marcação, encaixou muito bem na vaga que era de Danilinho. Com Ronaldinho e Leandro Donizete recuperados, o Galo vem forte para o Mundial. A única dúvida fica na lateral esquerda, Júnior César, Lucas Cândido ou Émerson? Esse último é um zagueiro canhoto que veio do Coritiba, convocado para seleção na era Mano Menezes. Lucas  fica jogando improvisado na esquerda mesmo sendo destro. Que fase heim Júnior César? Enfim, ainda que saibamos que vencer o Bayern seja uma tarefa quase impossível, o futebol já provou inúmeras vezes que o impossível é só questão de opinião. O que será que vai acontecer?

Guangzhou Evergrande 
http://www.gzevergrandefc.com/english/about.aspx

Títulos Oficiais: 12
Participações em Mundiais: 1
Destaque Individual: Darío Conca
Fique de Olho: Elkeson

Time base:



Treinador: Marcello Lippi

Fundado em 1954, o Guangzhou Evergrande Football Club já teve vários nomes em sua história, Guangzhou Rizhiquan, Guangzhou Xiangxue Yiyao, Guangzhou Pharmaceutical. Esse último soava comicamente no mundo todo, parecendo nome de alguma empresa farmacêutica, menos de um time de futebol. O clube cinco vezes campeão da segunda divisão, já era considerado tradicional na mesma. Quando foi comprado pela empresa estatal Evergrande Real Estate Group no final de 2009 e ganhou a atual nomenclatura. Em 2010 a empresa já foi logo trazendo os melhores jogadores locais e a primeira contratação internacional de impacto foi a do brasileiro Luiz Guilherme da Conceição Silva, o popular Muriqui. Cria do modesto Madureira, ele ganhou notoriedade no Brasil jogando pelo Vasco, onde não se firmou. Mas sua espantosa velocidade jogando com a camisa do Atlético Mineiro chamou atenção dos chineses.

Ainda na segunda divisão, Muriqui foi o grande destaque do time na campanha que culminou com a chegada do time a elite do futebol chinês. Comandada pelo sul-coreano Jang-Soo Lee, a equipe recebeu mais investimentos da empresa dona do time, que gastou sem dó. Buscou o argentino Darío Conca no Fluminense, chamando atenção por dar a ele o terceiro maior salário do mundo, perdendo apenas para jogadores como Messi e Cristiano Ronaldo. Contratou também o zagueiro brasileiro Paulão, vindo do Grêmio, que hoje joga no Cruzeiro. O meio-campista da seleção sul-coreana na época Cho Won-Hee e o brasileiro Renato Cajá também chegaram. No ataque, além de manter Muriqui, contratou os brasileiros Eduardo Delani, (que é primo do Kaká) como também o matador Cléverson Gabriel Córdova. Conhecido como Cléo, o artilheiro naturalizado sérvio ganhou notoriedade no mundo do futebol não só por seus gols, como também por ter trocado o Estrela Vermelha (Crvena Zvezda em sérvio) por seu maior o rival, o Partizan, de Belgrado, despertando a ira da torcida do imbatível, como a torcida se refere ao time vermelho e branco.

As contratações não surtiram o efeito esperado, mas foram suficientes para que o clube fosse campeão na sua primeira temporada na elite do futebol chinês. Com o pé nas costas, 15 pontos a frente do segundo colocado, ganharam a Super Liga 2011. Em sua primeira participação na Champions League asiática, em 2012, a eliminação nas quartas de final não agradou aos investidores da empresa que esperavam mais após injetarem tanta grana. Cléo, Eduardo e Renato Cajá não se adaptaram bem. O hoje meia do Vitória teve problemas por lá ao se irritar por ser substituído e não cumprimentar o treinador, o companheiro que iria entrar em seu lugar e não saudar a torcida. Essa atitude infantil lhe rendeu uma pesada multa de 46 mil dólares, cerca de 73 mil reais na época. Até por isso não durou muito tempo por lá, não deixou saudades em Guangzhou. Cléo foi mantido e Eduardo também saiu, mas o clube queria voos maiores, por isso os investimentos não pararam.

Ainda em 2012 chegaram o zagueiro sul-coreano Kim Young-Gwon, o meia chinês Huang Bowen, que curiosamente se destacava justamente no país do treinador e o argentino naturalizado paraguaio Lucas Barrios. O matador não chegou a ser brilhante no Borussia Dortmund, a transferência para China aos 26 anos matou seu futebol. Não se adaptou ao país asiático, decepcionou bastante. Hoje no Spartak, da Rússia, não é nem sombra daquele atacante que comia a bola com a camisa do Colo Colo, do Chile. Mas felizmente os outros dois contratados se deram muito bem, ambos são titulares até hoje. Talvez o fato de serem asiáticos e estarem adaptados á vida por lá tenha ajudado. Apesar dos percalços, o bi nacional aconteceu, não foi tão fácil como da primeira vez, o título veio com apenas quatro pontos de vantagem para o segundo colocado, Jiangsu Sainty.

Insatisfeitos com Jang-Soo Lee, já pensando em 2013, os empresários cheios da grana foram atrás simplesmente de Marcello Lippi, campeão mundial com a Itália em 2006. Mas ao contrário do que pudessem imaginar, o sul-coreano não foi demitido. Os dirigentes foram inteligentes e perceberam que o conhecimento de Lee podia ajudar muito Lippi. O ex-jogador Li Tie, também foi contratado, o que ajudou muito, porque ele jogou no Everton, da Inglaterra, sua fluência em inglês com certeza foi importante para um auxiliar técnico. Com o treinador italiano ainda vieram os auxiliares Narciso Pezzotti, Massimiliano Maddaloni e o treinador de goleiros Michelangelo Rampulla, ex-goleiro da Juventus. Assim os investimentos foram mais voltados não só para dentro de campo, mas também para fora dele. O único investimento em jogador foi em Elkeson, jovem que surgiu bem no Vitória atuando como meia, mas que numa boa sacada de Oswaldo de Oliveira foi muito bem como centroavante no Botafogo.

Como a intenção da Evergrande é transformar o Guangzhou em um Chelsea asiático, vendo o Shanghai Shenhua trazer Didier Drogba, tentou responder a altura fazendo uma proposta milionária por Kaká. Mas o brasileiro não foi seduzido a jogar no fraco futebol chinês, a parte esportiva pesou mais que a financeira, atitude acertada de um jogador inteligente. Mas o clube chinês não desanimou, manteve todos seus jogadores. O entrosamento e a experiência de Marcello Lippi surtiram efeito, já sem Jang-Soo Lee, o time triturou os adversários na Super Liga 2013. Foi campeão com 18 pontos de vantagem para o segundo colocado, desta vez o Shandong Luneng. Elkeson foi o artilheiro do campeonato com 24 gols, a visão de Oswaldo lhe rendeu isso. De quebra ainda foi campeão continental, Muriqui foi o artilheiro da CL com 13 gols e o vice foi Conca, com 8. Mas o título continental local não foi tão fácil, O Guangzhou teve dificuldades até mesmo na fase de grupos.

A classificação veio em primeiro com 11 pontos, um a mais que Jeonbuk Motors, da Coreia do Sul e do que Urawa Reds, do Japão. No saldo de gols o time sul-coreano ganhou a vaga para o mata-mata. O saco de pancadas Muang Thong United, da Tailândia ficou em último com apenas um ponto. Foi nas oitavas que o Guangzhou começou a destroçar os adversários. A primeira vitima foi o Central Coast Mariners, da Austrália, 5 a 1 no agregado. Nas quartas o Tigre abocanhou o Lekhwiya, time mais rico do Catar, 6 a 1 no agregado. Na semifinal o massacre imposto sobre o Kashiwa Reysol, do Japão, foi digno de pena, 8 a 1 no agregado. A final foi bem difícil, o FC Seoul foi um adversário digno. No primeiro jogo da final empate em 2 a 2 na Coreia do Sul, gols de Gao Lin e Elkeson. Na volta em solo chinês novo empate, 1 a 1, novamente gol do camisa nove ex-Botafogo. O Guangzhou conquistou o título por ter feito maior número de gols fora de casa, o título continental chegou mais cedo do que esperavam, diferente de sua inspiração, o Chelsea, que penou até conseguir ganhar a Europa.

Dos 23 jogadores escolhidos por Lippi para disputar o Mundial, quatro são estrangeiros, um deles é jogador de seleção, outros dois já foram cotados pelas seleções de seus países. Dos 19 chineses do elenco, 14 fazem parte da seleção do país. Destaque para o lateral esquerdo/meia Sun Xiang, para os meias Yi Teng e Zheng Zhi, todos com experiência no futebol europeu. Fora eles, Gao Lin e Huang Bowen são dois melhores jogadores chineses do momento. Depois de ganhar a China e a Ásia, só resta ao Guangzhou ganhar o mundo. Será?

Al-Ahly 
http://www.ahlyegypt.com/home.aspx

Títulos Oficiais: 94
Participações em Mundiais: 5 - 2005/2006/2008/2012/2013
Destaque Individual: Mohamed Aboutrika
Fique de Olho: Emad Moteab

Time base:


Treinador: Mohamed Youssef 

Al-Ahly significa nacional em português, nome mais sugestivo para esse que é considerado o maior clube africano do século 20 não poderia existir. Afinal de contas, são incríveis 73 títulos nacionais. O Nacional também poderia se chamar Internacional, uma vez que são 21 títulos continentais, desses, oito são da CL africana. Os Diabos Vermelhos possuem uma torcida gigantesca e extremamente fanática. As estimativas dizem que são em torno de 40 a 50 milhões de torcedores, a maior e mais apaixonada torcida do mundo para muitos. Essa é a quinta participação do time egípcio em mundiais, seu melhor desempenho foi em 2006, quando foi o terceiro colocado após bater o América, do México, por 2 a 1, dois gols marcados por Mohamed Aboutrika, até hoje o maior destaque do time. 

Como todos sabemos o Egito passou por muitas crises recentemente. Tudo começou em janeiro de 2011, sofrendo instabilidade política, a nação se revoltou contra o ditador Hosni Mubarak. Com o país em crise a violência se instaurou, o Cairo virou um caos, o queda do ditador influenciou inúmeras situações. E o massacre ocorrido em Port Said não foi uma mera briga de torcidas, tinha muito mais por trás de tudo isso. Após a vitória do Al Masry em cima do Al-Ahly por 3 a 1, o que se sabe até aqui é que dezenas de pessoas que estavam na torcida do Al-Masry invadiram o gramado do estádio de Port Said e partiram para cima de jogadores, comissão técnica e torcedores do Al-Ahly, sob os olhares das forças de segurança, que pouco ou nada fizeram para conter o massacre.

Como ocorre em muitos países, as torcidas organizadas do Egito, conhecidas como 'ultras', têm uma relação precária e violenta com a polícia local. No Egito, este problema é agravado pois a polícia é a instituição mais odiada do país, graças a seu histórico de arbitrariedade, tortura, abuso sexual e outros maus tratos aos civis. Os confrontos entre torcedores e policiais, que se tornaram muito comuns na segunda metade da década de 2000, foram exacerbados quando começaram as manifestações contra Mubarak. As torcidas organizadas, especialmente as dos dois principais clubes do Cairo, o Al-Ahly e o Zamalek, assumiram papel de protagonismo nos protestos, usando sua experiência de batalhas de rua para proteger os manifestantes. A teoria de que o massacre foi orquestrado ganha força por conta dos primeiros relatos de torcedores do Al-Ahly que foram a Port Said.

Em depoimento publicado no blog That Art of Chaos, o torcedor Ahmed Gaffar contou que o campo foi atacado por dois lados logo após o apito final, que as luzes foram apagadas e que as forças de segurança abriram caminho para que os 'torcedores' do Al-Masry avançassem. As pessoas nos atacando estavam armadas com porretes, facas, pedras, fogos de artifício e outros tipos de armas que são usadas em mais do que distúrbios de futebol. Quando vimos isso, sabíamos que não poderíamos lidar com todos eles, então começamos a correr em direção aos corredores que nos levam até as portas para sair do estádio. Esses corredores deveriam estar abertos, mas estavam fechados pelo Exército por fora. A área entre as portas desses corredores e os portões principais de saída tinham soldados e nós estávamos presos. Nem podíamos escapar. Saldo final de tudo isso: 79 mortos e mais de mil feridos.

Obviamente, com tudo que o correu, o futebol ficou em segundo plano, a liga egípcia ficou parada por quase dois anos. Aboutrika viu um torcedor morrer em seus braços, para vocês terem exata noção da gravidade do ocorrido em Port Said. Clamando por justiça, o maior jogador egípcio dos últimos anos não viu seus apelos serem atendidos e os culpados serem presos, a impunidade imperou, infelizmente a violência ainda é latente no meio do futebol. Com isso o craque se transferiu para o Baniyas Sports & Cultural Club, dos Emirados Árabes. Muitos podem até dizer que ir para o clube de Bani Yas, da endinheirada Abu Dhabi, acabou sendo uma atitude mercenária e que ele apenas fugiu do caos que seu país vivia. Fato é que Aboutrika sempre foi assediado por clubes do mundo árabe inteiro. Desde que chegou ao Al-Ahly, depois de oito anos no Tersana, pequeno clube do Cairo, Aboutrika sempre foi fiel ao time que defendeu por dez anos.

Agora que tudo parece entrar nos eixos, ele retornou para sua 11º temporada no clube. E apesar de todos os percalços ao longo do caminho, o Al-Ahly mostrou toda sua força e tradição ao conquistar seu oitavo título continental. Para chegar a essa conquista, o time se classificou em primeiro em um grupo que tinha seu rival histórico, o Zamalek. Fechavam o grupo Orlando Pirates, da África do Sul e o AC Léopards, do Congo. O outro grupo era formado por Espérance (Tunisia), Cotonsport (Camarões), Séwé Sport (Costa do Marfim) e o Recreativo Libolo (Angola). Esses grupos foram formados após três gigantescas fases preliminares, pois infelizmente o futebol africano é uma bagunça. Os dois primeiros de cada grupo se classificavam para as semifinais. De um lado Cotonsport x Al-Ahly, do outro Orlando Pirates x Espérance Tunis, empates por 1 a 1 nos dois jogos do primeiro confronto, na decisão por pênaltis vitória egípcia por 7 a 6. No segundo confronto dois empates, só que o 1 a 1 fora de casa classificou o time sul-africano para a final.

Teoricamente o favorito era o Orlando Pirates, já que na fase de grupos meteu 3 a 0 fora de casa e empatou por 0 a 0 em casa com o Al-Ahly, só que tradição e camisa pesam. No primeiro jogo da decisão empate por 1 a 1 no Orlando Stadium. Aboutrika abriu o placar aos 14 minutos de jogo, Thabo Matlaba empatou nos acréscimos. Na derradeira partida, com o Cairo International Stadium abarrotado, o gigante mostrou sua força. 2 a 0, gols de Mohamed Aboutrika e Ahmed Zaher. Isso mostra como o futebol vai muito além das fronteiras que são as quatro linhas do gramado. Aboutrika, que é o maior artilheiro da história dos mundiais com cinco gols,  já avisou que pretende se aposentar logo após o Mundial, aos 35 anos de idade. E como o Marrocos não é tão longe assim do Egito, podemos dizer que os Diabos Vermelhos jogarão em casa.

Estarão desfalcados de seu principal atacante, Ahmed Zaher foi suspenso pela Fifa por ter feito gestos políticos na comemoração do gol que selou o título continental. Outro desfalque sentido será de Sayed Moawad, versátil, o lateral-esquerdo/ala/meia se contundiu e ficou fora. Os dois jogadores ganharam menção honrosa acima na disposição tática, pois são importantes e farão falta. Sem Zaher, a imensa responsabilidade de fazer os gols recai sobre os ombros de Emad Moteab. Contudo, o jogador de 30 anos já demonstrou em sua carreira ter culhões de sobra para assumir essa posição. Resta saber se o time de Mohamed Youssef será capaz de abalar a estruturas do Marrocos. Neste sábado, 14/12/2013, ás 14:00 horas no horário de Brasília, saberemos a resposta.

Club de Fútbol Monterrey
http://www.rayados.com/home/bienvenida/

Títulos Oficiais: 7
Participações em Mundiais: 3 - 2011/2012/2013
Destaque Individual:  Humberto Suazo
Fique de Olho: Eduardo Zavala

Time base:


Treinador: José Guadalupe Cruz

Três vezes campeão nacional, o Monterrey é o atual Tri Campeão da Champions League da América Central, a popular Concachampions. O México é o país com mais participações na história do Mundial de Clubes, nove no total. A única vez que o representante da Concacaf não veio do país Azteca foi em 2005, quando o Deportivo Saprissa, da Costa Rica, derrotou o Pumas por 3 a 2 (no agregado) na CL daquele ano. Em 2011 a participação de Los Rayados (os rajados) foi extremamente decepcionante, esperava-se que o clube chegasse até as semifinais e fosse um adversário duro para o Santos de Neymar. Mas os mexicanos conseguiram a proeza de empatar com o Kashiwa Reysol no tempo normal, ainda que tivessem dominado o jogo, não conseguiram transformar em gols essa superioridade técnica. Nos penais, vitória japonesa por 4 a 3. E olha que para conseguir o quinto lugar ainda sofreram para bater o Espérance, da Tunísia, por 3 a 2.

Em sua segunda participação a equipe rayada conseguiu fazer o mínimo esperado, venceu o  Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul sem dificuldades. 3 a 1, dois gols do argentino César Delgado e um do mexicano Jesús Corona, hoje jogador do Twente, da Holanda. No entanto, não foi páreo para o Chelsea na semifinal e deu adeus ao sonho do título depois da derrota por 3 a 1. Aos menos mantiveram a honra e conquistaram o terceiro lugar ao vencerem o Al-Ahly, do Egito, por 2 a 0. Corona e Delgado novamente deixaram suas marcas. Na final da Concachampions 2012/2013 o Monterrey bateu o Santos Laguna pela segunda vez consecutiva, 4 a 2, com dois gols de Aldo De Nigris, um de Neri Cardozo e outro de Humberto Suazo, referência ofensiva do time. De Nigris já não faz mais parte do elenco rayado, para seu lugar chegou o colombiano Dorlan Pabón. Mas com o assédio do futebol europeu ele acabou não ficando por muito tempo, mas a diretoria agiu rápido e trouxe o equatoriano Marlon de Jesús, típico centroavante que jogava no Emelec.

Do time campeão continental no dia 1º de maio de 2013, alguns jogadores já não fazem mais parte do elenco. Na defesa a única perda sentida foi do grandalhão Héctor Morales, que rumou para o Atlante, no mais, a base foi mantida. No meio-campo e no ataque é que as mudanças foram grandes, saíram Édgar Solís, Ángel Reyna, Walter Ayoví e César de la Peña. No ataque além de De Nigris, Corona e Pabón, saíram Abraham Carreño e o garoto Salvador Jasso. Não mudaram apenas os jogadores, o treinador também é outro, saiu Víctor Vucetich - treinador com fama de armar times que jogam um futebol ofensivo e vistoso - entrou José Guadalupe Cruz, que veio do Jaguares. Dois bons nomes chegaram para o meio-campo, Efraín Juarez e o brasileiro Lucas Silva. O primeiro tem 25 anos e boa experiência na seleção Azteca. Lucas não chegou a brilhar em sua passagem pelo Botafogo, mas no México brilhou com as camisas de Altamira FC, Correcaminos, Atlante, Veracruz, Puebla e Toluca.

Uma das primeiras medidas tomadas por Guadalupe nessa reformulação foi escalar o grandalhão Eduardo Zavala um pouco mais recuado. Mas não é incomum vê-lo se infiltrando na área como um típico centroavante, se aproveitando que Humberto 'Chupete' Suazo não fica o tempo todo estático na área, da sua estatura e qualidade no jogo aéreo. Assim 'Chelito' Delgado, Marlon de Jesús e Omar Arellano são encarregados dos gols, claro que não jogam todos. O argentino e o chileno são os habituais titulares, o equatoriano ainda não se firmou e o mexicano não confirmou a promessa que era quando surgiu com a camisa do Chivas. Além de tudo o que foi dito, o novo treinador deu mais espaço para os garotos da base. No meio, Alonso Hernández, que nasceu nos Estados Unidos, Carlos Acosta e Gerardo Moreno jogam um pouco mais.  No ataque Guillermo Madrigal, Santiago Rivera e Marcelo Gracia ganharam mais rodagem, principalmente o primeiro, que foi o centroavante da seleção mexicana no último Mundial Sub-20.

O grande desfalque do Monterrey será Hiram Mier, - que sofreu grave lesão no joelho - o ótimo zagueiro muitas vezes fazia a função de lateral-esquerdo ou direito. Como Meza se firmou, não só no clube, como também na seleção, Mier vinha jogando pela esquerda. Inclusive, jogou nessa posição com a seleção mexicana na Copa das Confederações. O argentino José Maria Basanta formará a dupla de zaga com o experiente Ricardo Osório, Leobardo López deve ser deslocado para uma das laterias. Mesmo com tantas mudanças, o Monterrey deve passar pelo Raja nas quartas e ser um adversário difícil para o Atlético Mineiro, até porque, dificilmente o time da casa não passa do Auckland na primeira rodada. É aguardar para ver o que os deuses do futebol reservam neste fim de 2013.

Raja Club Athletic

Títulos Oficiais: 28
Participações em Mundiais: 2 - 2000 e 2013
Destaque Individual: Mohsine Moutouali
Fique de Olho: Abdelilah Hafidi

Time base:


Treinador: Faouzi Benzarti

Um dos maiores clubes do Marrocos, o Raja só perde em número de títulos nacionais para o Wydad Athletic Club, mais conhecido pela sigla WAC, também da cidade de Casablanca. São 17 títulos nacionais do Wydad contra 11 do Raja, em compensação os Rouges et Blancs (vermelhos e brancos em português) ganharam a CL africana apenas uma vez, contra três das Águias Verdes. Atual campeão nacional, o Raja ganhou a chance de disputar o Mundial pela segunda vez em sua história, a primeira foi em 2000. Muitos até se lembram do confronto contra o Corinthians na estreia do time brasileiro na competição. Pois no segundo gol, confirmado pela arbitragem, a bola chutada pelo zagueiro Fábio Luciano bate no travessão, no chão, mas não ultrapassa a linha de gol. Por mais que àquela altura o Timão já estivesse vencendo o jogo por 1 a 0, os rivais lembram desse lance como se fosse hoje. Relembre aqui!

 Na atual Botola Pro (nome oficial da liga marroquina) o Raja está na modesta oitava posição, ainda que esteja apenas cinco pontos atrás do líder, avista seu maior rival na terceira posição. Quem decepciona até aqui é o FAR Rabat, o time das forças armadas é o primeiro acima da zona da degola. O que não é uma posição digna para quem já conquistou o título marroquino 12 vezes na história, foi campeão continental uma vez, além de ser o atual vice-campeão do país. Podemos considerar que o Raja é o maior time da nação africana. Ainda que perca em títulos nacionais para o WAC e supere o FAR por ter mais títulos de copas nacionais, os três títulos continentais fazem os Diabos Verdes serem mais conhecidos mundialmente. Como não poderia ser diferente, os marroquinos estão eufóricos e pretendem mostrar que podem fazer um papel digno no certame. Como também mostrar que são capazes de organizar uma competição oficial da Fifa.

 Infelizmente o Marrocos perde muitos jogadores de qualidade, pois como uma das línguas oficiais do país é o francês, muitos de seus habitantes migram para França e Bélgica, principalmente. Foi o que fizeram os pais de Marouane Fellaini, Mehdi Carcela-González, Zakaria Bakkali, Nacer Chadli e Adil Rami, para ficar nos mais famosos atuais. Porque quem ama futebol jamais se esquecerá de Just Fontaine, até hoje o maior artilheiro das Copas numa única edição, 13 gols em 1958, na Suécia. Embora tenha feito isso com a camisa da França, nasceu em Marrakech (ou Marraquexe em português), uma das cidades mais importantes do Marrocos. Justo marcou incríveis 30 gols em 21 jogos com a camisa azul francesa. Rápido, driblador, apesar de não ser alto era um exímio cabeceador. Saudosismos á parte, vamos aprofundar no time atual do Raja.

Após a conquista do 11º título nacional, a má fase do time no atual campeonato fez a diretoria temer pelo pior, o que custou o cargo do treinador Mohamed Sakhir. Para seu lugar chegou o tunisiano Faouzi Benzarti, com larga experiência nos grandes clubes de seu país, ele deixou o Al Sharjah, dos Emirados Árabes Unidos, para embarcar nessa aventura e tentar colocar seu nome na história do Raja. A diretoria reforçou muito bem o plantel, um dos motivos pela insatisfação com Sakhir passa por aí. Para o gol veio Brahim Zaari, que apesar de ter nascido em Schaijk, na Holanda, tem nítida ascendência marroquina e decidiu pela nacionalidade africana. Para a defesa chegaram Salaheddine Sbaï e Ismail Benlamalem, o primeiro veio do Nimes, da segundona francesa, o segundo do Al Wasl, dos Emirados Árabes Unidos.

Para o meio-campo, subiram dois garotos que se destacaram com a seleção Sub-17 do Marrocos no último Mundial da categoria. Essa experiência seria muito válida para Walid Sabbar e Omar Arjoune se ambos não tivessem ficado fora da lista final dos 23 jogadores que disputarão o Mundial de Clubes. Contrataram Merouane Zemmana, que estava no Middlesbrough, da segunda divisão inglesa. Mas curiosamente, também acabou fora da lista final, assim como Sbaï. Dos reforços, Zaari é o terceiro goleiro e Benlamalem chegou com moral pelas boas atuações com a seleção e por ser visto de perto por Benzarti na liga dos Emirados Árabes, com isso Ahmed Rahmani foi para o banco. No gol, Askri, que é ídolo do FAR, há dois anos está no Raja, disputou a Copa das Nações africanas nesse ano com a seleção.

Curioso é que seu reserva, Yassine El Had, dedicou toda a sua carreira ao Raja. Assim como os zagueiros Mohamed Oulhaj, Rachid Soulaimani e o meia Abdelilah Hafidi. Em 11 anos de carreira o atacante Yassine Salhi teve uma rápida passagem pelo Al Wasl, mas também dedicou sua vida ao Raja.  Num esporte onde não existe mais espaço para o romanstismo, legal saber que ainda existem jogadores dessa estirpe. Quem também acabou fora do Mundial foi Hamza Abourazzouk, que mesmo sendo um dos principais atacantes do país hoje, salvo alguma rusga com o treinador ou uma contusão, foi preterido. Dos quatro estrangeiros do time, três jogam em suas respectivas seleções; Idrissa Coulibaly (Mali), Vianney Mabidé (República Centro Africana) e Déo Kanda (República Democrática do Congo). O costa-marfinense Kouko Guéhi não joga na seleção dos Elefantes, mas em compensação é titular absoluto do time, cão de guarda, se considera o vice-capitão da equipe.

Resta saber se tudo o que foi dito acima vai ser suficiente para que o Raja Casablanca supere o Monterrey nas quartas de final, se fizer a lição de casa contra o Auckland City. Qual é o seu palpite?

Auckland City

Títulos Oficiais: 9
Participações em Mundiais: 5 - 2006/2009/2011/2012/2013
Destaque Individual: Ivan Vicelich
Fique de Olho: Roy Krishna


Time base:


Treinador: Ramon Tribulietx

Clube da Oceania que mais participou dos Mundiais de Clubes, o Auckland é também o maior campeão da história da Champions League local, que no começo era conhecida como Copa dos Campeões. A primeira edição foi em 1987, depois de um longo hiato, voltou a ser disputada e durou de 1999 a 2006, quando passou a ter a nomenclatura atual. Para muitos o Auckland é o maior time da Nova Zelândia. Mas se títulos são o primeiro critério para definir a grandeza de um clube, os Boys perdem para o Waitakere United, ao menos em âmbito nacional, 5 a 4 para o time vermelho e branco. Internacionalmente falando, o Waitakere perde de goleada, 5 a 2. É bom que se diga que um dos times da capital disputa a liga australiana, se o Wellington Phoenix jogasse a liga local com certeza seria um páreo duro para os dois que monopolizam o futebol na Nova Zelândia.

De 2007 para cá o campeão continental na Oceania só não veio da Nova Zelândia em 2009, quando surpreendentemente o campeão foi o Hekari United, de Papua-Nova Guiné. Batendo justamente o maior rival do Auckland, o Waitakere, por 4 a 2 no agregado e não deixou dúvidas sobre a superioridade dos papuásios. A Austrália detém os outros títulos da CL, quatro no total, nas quatro primeiras edições, antes de migrar para a federação asiática.  Apesar de inúmeras participações no Mundial de Clubes, o melhor resultado do Auckland até hoje foi em 2009, quando venceu o Al-Ahli dos Emirados Árabes Unidos na estreia por 2 a 0. Posteriormente levou um acachapante 3 a 0 do Atlante, do México, mas venceu o TP Mazembe, da República Democrática do Congo, por 3 a 2. Conquistando assim o quinto lugar daquele Mundial vencido pelo Barcelona.

Hoje o Auckland é o atual líder da jovem liga neozelandesa, que da temporada 2008/2009 pra cá passou a ter oito clubes disputando o título no sistema de pontos corridos, com playoffs semifinais para definir o campeão. Nos quatro anos anteriores a liga do país tinha caráter amador, nessa época o Auckland papou três títulos, contra um do Waitakere, campeão nacional nas últimas quatro temporadas. Para a disputa do Mundial desse ano, o técnico espanhol Ramon Tribulietx ganhou alguns reforços. O atacante conterrâneo do chefe Cristóbal Márquez, o jovem goleiro Oliver Sail (17 anos), o meia Sam Burfoot (19 anos) e o atacante sul-africano Ryan de Vries. Formado no Waitakere, o conterrâneo do mítico Nelson Mandela tem 22 anos e veio do Bentleigh Greens, clube amador do país. 

Mas não só desses reforços o jovem time - com média de 25 anos de idade- depende. No gol Tamati Williams é soberano, o inglês Louie Caunter tem apenas 19 anos e Sail acaba de chegar ao clube vindo do Central United, depois de chamar atenção de Tribulietx no Mundial Sub-17 defendendo a meta neozelandesa. Williams tem 29 anos e disputou alguns jogos nas eliminatórias com a seleção. Na defesa Ivan Vicelich é o cara com mais rodagem internacional. Hoje zagueiro, o descendente de croatas jogou oito anos na Holanda, na época como volante. Depois de uma rápida passagem pelo futebol chinês retornou ao seu país. Com a experiência de quem já disputou uma Copa do Mundo, três Copas das Confederações, cinco continentais e quatro eliminatórias, tem muita moral no time. 

Quem forma a dupla de zaga com Vicelich é o croata Mario Bilen, o lateral direito é o espanhol Ángel Berlanga e o esquerdo é o japonês Takuya Iwata. No meio os Boys contam com o galês Bale, não o Gareth, mas sim o Chris. Dos jogadores locais os mais importantes dessa posição são Daniel Koprivcić, Alex Feneridis (descendente de gregos) que disputou as Olimpíadas de 2012 com a seleção, assim como seu companheiro de equipe Adam McGeorge, convocado com frequência para a seleção principal. No ataque, além dos reforços citados acima, Roy Krishna divide a responsabilidade com o inglês Adam Dickinson, com o espanhol Cristóbal e o argentino Emiliano Tade. Krishna é o principal atacante das Ilhas Fiji, foi vice-artilheiro da liga neozelandesa na temporada 2011/2012 e em 2012/2013 foi o goleador mor com 19 tentos. 

Essas experiências estão sendo benéficas para o futebol da Nova Zelândia, por enquanto, desejar mais que isso parece utopia. Fazer um papel respeitável para eles já é o suficiente. Opine! 

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