quarta-feira, 19 de junho de 2013

AFC Champions League - Grupo D



Time Base:


Treinador: Amir Ghalenoei


Campeão nacional oito vezes e seis vezes campeão da copa do Irã, o Esteghlal já conquistou a AFC Champions League em duas oportunidades, 1970 e 1991. Foi vice campeão duas vezes, 1992, 1999 e também foi o terceiro colocado por duas vezes, 1971 e 2002. Ou seja, é um clube tradicional na competição e sempre que entra vem para tentar abocanhar o título. É o maior time do Irã, rivaliza muito com o Persepolis, outro gigante de Teerã. Por isso é um dos clássicos mais incríveis do futebol mundial, o estádio Azadi, que tem capacidade para 100 mil pessoas fica lotado, numa atmosfera incrível.

E para partir em busca do terceiro título continental a cúpula do Soberano, foi atrás de Amir Ghalenoei. Como jogador defendeu o clube por oito temporadas na década de 90, como treinador já tinha uma passagem pelo clube, treinou o time por três anos antes de assumir a seleção nacional em 2006. Depois de uma rápida passagem em 2008/2009, fez bons trabalhos nos ascendentes Sepahan e Tractor Club, levou ambos a disputar a LC. Experiência não falta a ele que é um dos melhores treinadores do país, elenco para fazer bonito o time símbolo do poder iraniano tem.

No gol quem tem a confiança de Ghalenoei é Mehdi Rahmati, com 30 anos, o experiente goleiro tem sido nome certo na seleção do país que está bem vivo nas eliminatórias asiáticas. Os jovens Hossein Hosseini (20) e Hadi Rishesfehani (21) são as outras opções. O australiano Liam Reddy deixou o clube, retornando para seu país, onde defenderá o Sydney United, clube ainda amador no futebol local. Na lateral-direita Khosro Heidari é titular absoluto e volta e meia está na seleção. Quando não pode jogar o meio campista Pejman Montazeri é deslocado para a direita. Mas normalmente eles costumam jogar juntos, Mantazeri cobre as decidas do camisa 2. 

A dupla de zaga é formada por Amir Sadeghi e Hanif Omranzadeh, que são altos e fortes, principalmente o segundo que tem 1,94 e esteve defendendo a seleção nas eliminatórias atuais, assim como seu companheiro na defesa. Na esquerda o titular absoluto é Jlloyd Samuel, trinitino (ou trinitário/tobaguiano), que construiu toda a sua carreira no futebol inglês, foram nove anos vestindo a camisa do tradicional Aston Villa. Samuel demorou a aceitar defender seu país natal, disputou as eliminatórias da Concacaf em 2010 com a seleção de Trinidad & Tobago. Das raras vezes que ele não joga quem entra é Hassan Ashjari, que por ser versátil é a primeira opção para fazer as duas laterais ou até mesmo jogar na zaga. Em casos extremos Montazeri quebra uma por ali.

No entanto, o primeiro nome utilizado por Ghalenoei quando a dupla selecionável não joga é Hashem Beikzadeh, que porventura também joga na seleção iraniana. No meio-campo Ali Hamoodi, que é zagueiro de origem, é o volante encarregado de começar a destruição das jogadas adversárias. Um pouco mais a frente, à direita, o versátil Montazeri aparece. Os dois se desdobram na marcação dando mais liberdade aos responsáveis pela criação. Um deles é Javad Nekounam, um dos jogadores mais conhecidos do país, desde 2004 é presença certa na seleção, pela qual disputou a Copa de 2006, na Alemanha. Depois de seis anos jogando no Osasuna, da Espanha, retornou para seu país e veste a bela camisa azul do Esteghlal.

Mojtaba Jabari é o camisa 8, capitão e ídolo da torcida, já está no clube há dez anos, com dois breves empréstimos durante todo esse tempo. Aos 29 anos, é colega de Nekounam a serviço do Team Melli (time do Povo), apelido da seleção. O boliviano Vicente Arce pode ser considerado o décimo segundo jogador do time, entra constantemente. Arce começou sua carreira no Mercer Bears, clube da Universidade de Macon, Estados Unidos. Jogou no Vancouver Whitecaps, do Canadá, passou pelo Aurora, de sua terra natal e depois de dois anos no Diósgyőri, da Hungria, chegou ao Esteghlal. Só o futebol mesmo para proporcionar uma vida assim, carreira pitoresca que merecia ser contada! 

No ataque residem as maiores dúvidas de Ghalenoei, tanto que Farhad Majid, aos 37 anos ainda tem jogado uma bola redondinha, até por isso tem sido chamado para seleção. Arash Borhani no começo da carreira era presença certa na seleção, com o tempo não evoluiu como o esperado. Aos 29 anos anos ainda é um dos principais atacantes do país. Siavash Akbarpour veste a pomposa camisa dez, um dos destaques  no Tractor Club, foi indicação do treinador, que o conhece bem. O grandalhão Farzad Hatami é o típico trombador matador, que também fez gols importantes na campanha que classificou o Tractor para a atual edição da CL asiática. 

Como o Esteghlal perdeu seu antigo camisa dez e principal atacante, Iman Mousavi tem feito a torcida não se lamentar com a falta de Milad Meydavoudi. Outra perda sentida antes do início da competição foi Ferydoon Zandi, o bom meia canhoto, nasceu na Alemanha, mas nunca perdeu os laços com o país de seus pais. Até por isso jogou a Copa de 2006, curiosamente disputada em seu país natal. Com um time experiente, média de altura em 1,83 m e média de idade em 28,73 anos, o time pode ser considerado moderno para o tipo de futebol que se joga atualmente. Aliando técnica e força física, quem sabe o Esteghlal não chegue ao seu terceiro título? As cenas do próximo capítulo dirão! 



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Treinador: Zlatko Dalić

Doze vezes campeão nacional, o Al Hilal é um dos gigantes da Arábia Saudita, que por sinal expande sua grandeza para fora do país. Bi campeão da Liga dos Campeões Árabes, Bi campeão da Copa dos Campeões do Golfo e Bi campeão da AFC Champions League, os títulos do Al-Zaeem falam por si. Uma Recopa e uma Supercopa árabe, Bi campeão da Recopa e da Supercopa asiática, o apelido de "O Patrão" cai como uma luva. O time tem a maior torcida da Arábia Saudita, é considerado o "clube dos príncipes". Em 7 de novembro de 2009, Nawaf Al Abeid, hoje um dos principais jogadores do time, fez o gol mais rápido da história do futebol. Na época ele ainda jogava no time sub-23, havia sido recém promovido ao time principal. Foi contra o Al Shoalah, pela Copa do príncipe Faisan Bin Fahad. Assim como Fred, atacante brasileiro que até então era o dono da marca, Al Abeid chutou do meio-campo após seu companheiro dar um leve toque na bola. Veja a como foram os dois gols aqui e aqui!

E para buscar seu terceiro título continental a diretoria foi atrás de Antoine Kombouaré, que após deixar o Paris Saint-Germain, aceitou o convite dos xeiques. Mas de forma inexplicável seu trabalho por lá não durou muito, talvez por alguma disparidade de opiniões. Cá entre nós, o currículo de dele, que descende da Nova Caledônia, país da Oceania, não é muito vasto. Sua maiores conquistas foram a Copa da França de 2009/2010 com o PSG e um título da Ligue 2, segunda divisão francesa, em 2005/2006 a serviço do  Valenciennes. Que de lá pra cá consegue se manter na Ligue 1 sem maiores problemas, com certeza os torcedores são gratos a Kombouaré. Para seu lugar buscaram o croata Zlatko Dalić, que fez bom trabalho no Al-Faisaly nas duas últimas temporadas. O treinador de apenas 46 anos tem um grande desafio, se não agradar, os xeiques cheios da grana podem se irritar rápido e chutá-lo. 

Para a temporada atual o Al-Zaeem perdeu jogadores importantes, mas soube repor muito bem as peças perdidas. Na defesa saiu o senegalês Kader Mangane, chegou o experiente brasileiro Ozéia. No meio o francês descendente de marroquinos Adil Hermach deixou o clube e rumou para o Toulouse, para seu lugar chegou o colombiano Gustavo Bolívar. Ahmed Al Fraid acabou se transferindo para o Al Ittihad, outro grande clube saudita. Quem defende a meta é Abdullah Alsdairy, jovem de apenas 21 anos revelado no próprio clube. Desbancando Hassan Al-Otaibi, de 33 anos, que fez alguns jogos com a seleção saudita nas atuais eliminatórias para a próxima Copa.  Sultan Al-Bishi é o dono da ala direita, já que o time joga com três zagueiros. O trio é formado por Abdullah Al-Zori, Majed Al-Marshedi e por Ozéia, pela ala esquerda joga Nawaf Al-Beid. Yasir Alshahrani costuma entrar quando Dalić muda o esquema ou prefere um jogador mais defensivo.

Completando o meio, Salman Al-Faij e Bolívar ficam mais na contenção, mas o colombiano tem liberdade pra chegar ao ataque. Um pouco mais a frente, joga Mohammad Al-Shalhoub, com a mítica camisa dez. O baixinho de apenas 1,63 m é ídolo da torcida, só defendeu este clube durante seus 15 anos de carreira. Aos 32 anos, ainda tem lenha para queimar. Disputou duas Copas com a seleção saudita, 2002 e 2006, capitão do time, só perde essa honra quando Al-Qahtani pega a braçadeira. Em 2006 Shalhoub era o jogador mais baixo entre todos os atletas presentes no Mundial, felizmente, no futebol tamanho não quer dizer muito. Quem costuma forma a dupla de ataque com "The Sniper" Al-Qahtani  é o brasileiro Wesley, canhoto, o jogador revelado pela Ponte Preta não é intocável. O sul-coreano Yoo Byung-Soo entra no lugar do brasileiro em várias oportunidades. Só que ambos foram atropelados por Salem Al-Dawsari, o jovem de apenas 21 anos disputou o Mundial Sub-20 em 2011, meia de origem, consegue jogar como atacante utilizando sua velocidade. Cria do Al-Zaeem, já vai para sua quarta temporada no time principal.

Resta saber se esse elenco será capaz de suportar a pressão por mais um título continental.


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Treinador: Aurelian Cosmin Olăroiu

Campeão nacional nove vezes em sua história, o Al Ain também venceu as inúmeras copas existentes nos Emirados Árabes Unidos. Podemos considerar o time o mais bem sucedido do país, até porque pertence ao mesmo grupo que comprou o Manchester City. Seu presidente é Mohammed Bin Zayed Al Nahyan, um dos homens mais ricos do mundo. Fundado em 1968, o Al Ain foi campeão da Copa dos Campeões do Golfo em 2001 e Campeão da AFC Champions League em 2003. 

Como não podia ser diferente, sempre entra com a intenção de ganhar o título. E para comandar o time contrataram o romeno Aurelian Cosmin Olăroiu, que já vai para sua segunda temporada no clube. Campeão romeno na temporada 2005/2006 no comando do Steaua, maior clube do país, venceu também a Supercopa local na temporada seguinte. Olăroiu tem experiência no futebol do Oriente Médio, onde já treino o Al Hilal, da Arábia Saudita e o Al Sadd, do Catar. Ficou dois anos em ambos os times. Atual campeão nacional, o Al Ain espera poder voltar a brilhar internacionalmente.

O goleiro mais utilizado como titular pelo treinador romeno é Dawoud Sulaiman, ainda que Mahmoud Al Mas tenha sido o dono da meta em muitas oportunidades, pesa em seu favor a maior experiência, pois apesar de ter apenas 23 anos, Sulaiman defendeu a seleção recentemente. Abdullah Sultan e o antigo selecionável Waleed Al Badrani são as outras opções no elenco. Na defesa estão os maiores problemas do time, lá as mudanças são constantes. Olăroiu é um treinador bastante ofensivo, não tem medo de escalar um time com vocação para balançar as redes adversárias. 

Pela direita Khaled Abdulrahman é o lateral direito, mas não é titular absoluto, Yaqoub Al-Hoseni e Mohamed Ahmed também jogam por ali. O segundo deixou o clube, rumou para o Al-Jazira, o terceiro é zagueiro central mas se necessário vai de lateral numa boa. Quando Mohamed Ahmed está na lateral, a dupla de zaga é formada por Ismaeel Ahmed e Mohnad Salem. Faris Jumaa e Mohammed Salem se revezam pelo lado esquerdo. No meio-campo o romeno Mirel Rădoi e Ali Al Wahiby têm a função primordial de marcação, mas ambos possuem qualidade com a bola. 

Sem ela, os dois marcam firme, tudo para deixar Omar Abdoulrahman preocupado apenas com a criação das jogadas. O camisa dez tem apenas 21 anos, possui muita habilidade na perna esquerda e tem uma vasta cabeleira estilo Marouane Fellaini. O experiente Helal Saeed, de 36 anos, quando entra no meio-campo tem moral, tanto que nesses casos acaba sendo o capitão. O ataque não tem nenhum jogador específico de área, o congolês Ekoko joga centralizado, mas como futebol não é pebolim, tem liberdade para cair pelos lados, quando isso acontece o ganês Asamoah Gyan centraliza, mas gosta de jogar pela esquerda, para cortar e bater firme para o gol. Pela direita o australiano Alex Brosque tem liberdade, mas sem a bola ajuda muito na marcação. 

Quando um dos três não joga quem entra é Mohammed Abdoulrahman, que também substitui seu xará mais habilidoso quando este não pode jogar. No fim dos jogos Olăroiu sempre lança Yousef Ahmad, jovem de apenas 19 anos. O senegalês Djim N'Gom nem ao menos tem ficado no banco, salvo alguma contusão grave, o jogador revelado pelo Olympique de Marseille é boa opção de velocidade. Resta saber se o time conseguirá seu segundo título continental. O que será que vai acontecer?



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 Treinador: Diego Aguirre

O Al-Rayyan Sports Club foi fundado em 1967, após uma fusão com o Nusoor Club, então outro clube da cidade. Sete vezes campeão da Liga do Catar, o Leão teve grande hegemonia nos anos 70 e 80, quando só Al-Arabi e Al-Sadd conseguiam vez ou outra beliscar uns títulos. Mas em 1995 foi a última vez que o clube conquistou a liga nacional do pequeno país. Na última década, porém, conquistou inúmeras copas, das três que existem por lá, Copa do Emir, Copa do Príncipe e Copa do Sheikh Jassim. Essa é quinta participação do time na AFC Champions League, sua melhor colocação até hoje foi um terceiro lugar em 1992, quando só os campeões de cada país participavam. Tem também quatro participações na Copa da AFC, equivalente a Liga Europa, a segunda competição continental mais importante da Ásia. 

Para ganhar novamente a liga nacional e fazer boa campanha boa campanha no continental o Al-Rayyan foi atrás do uruguaio Diego Aguirre. Treinador que trouxe o Peñarol de volta as holofotes depois de muito anos no ostracismo. Fez ótimo trabalho ao levar os Carboneros até a final da Libertadores 2011 com um time limitado. Aguirre era treinador da seleção Sub-20 do Uruguai em 2009, no Sul-Americano e no Mundial da categoria. Esse treinador consegue revelar bons jogadores, tem talento para trabalhar com jovens promissores. Em seu currículo o título mais expressivo é da liga uruguaia com o Peñarol na temporada 2009/2010, logo após deixar a seleção. Os Xeiques tiveram boa visão, investiram num bom treinador, que já vaia para seu segundo ano no comando dos Leões. 

No gol o preferido de Aguirre é mais um africano naturalizado catariano, o guineense ou guineano  - como você preferir - Oumar Barry. O goleiro já está no país há seis anos, seu reserva imediato é da seleção do Catar, Saud Al-Hajiri. Na defesa o sul-coreano Cho Young-Hyung é o lateral-direito, a dupla de zaga é formada pelo brasileiro Nathan e por Musa Haroon, na esquerda quem joga é  Hamid Ismael. O brasileiro já está no Catar há três anos, não demora vai se naturalizar. Só que o treinador uruguaio varia muito seu esquema durante o jogo, passa fácil do 4-1-3-2 para o 3-5-2 ou até mesmo o 5-3-2, depende do adversário e de como o jogo s desenha. Logo a frente da defesa quem aparece é o uruguaio Álvaro Fernández. Logo a sua frente uma linha de três formada pelo guineense Daniel Goumou, o brasileiro Rodrigo Tabata e o brasileiro naturalizado catariano Fábio César.

Revelado pelo São Paulo, Fábio saiu muito cedo do Brasil para jogar no futebol italiano, por lá ficou por cinco temporadas, está há oito jogando no futebol do Catar, é um dos principais jogadores da seleção local. Canhoto, bom nas bolas paradas, muitas vezes atua como ala dependendo das variações do treinador. No ataque Nilmar é titular absoluto, ainda que não tenha um companheiro de ataque que seja titular indiscutível como ele. Ahmed Alaaeldin e Younes Ali se revezam na missão de forma boa dupla com o brasileiro. Quem pode ser considerado o 12º jogador, o coringa, é Mohammed Alaa Eddin, atacante de origem, muita vezes entra pelo lado direito do meio-campo ou até mesmo de ala. Ali tem 30 anos e possui larga experiência com a seleção nacional. Apesar de ser reserva, Jaralla Al Marri é outro atacante da seleção que costuma entrar e fazer seus golzinhos. Voltando ao meio-campo, Abdoul Al-Enezi é o xodó da torcida, o baixinho de apenas 1,61 m é rápido, arisco, típico velocista irritante. 

Se os Xeiques tiverem paciência, Diego Aguirre pode render muitos frutos, veremos o que acontece.

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