São Paulo Futebol Clube
Time base:
Treinador: Emerson Leão - Milton Cruz - Ney Franco
No
começo, comandado por Emerson Leão, o São Paulo não conseguia manter
uma regularidade aceitável para o nível de competição do Campeonato
Brasileiro. Na estréia contra o Botafogo, no Rio, o time vinha bem,
dominava amplamente o adversário. Vencendo por 2 a 1 fora de casa,
parecia a estreia dos sonhos, mas no fim, o placar de 4 a 2 foi um
pesadelo. Leão, como não poderia ser diferente, esbravejou e disse que
seu time perdeu para uma equipe inferior. Na rodada seguinte, jogando no
Morumbi, o Tricolor fez a lição de casa, mesmo sofrendo mais do que o
esperado, bateu o Bahia por 1 a 0. Depois nova derrota fora, desta fez
para o Internacional, 1 a 0 para os gaúchos. Conseguiu duas vitórias
consecutivas pelo placar mínimo contra Santos e Atlético Mineiro,
enfrentou ambos jogando sob seus domínios. Apesar dessas vitórias,
percebe-se que os placares não foram tão convincentes, o que não
agradava diretoria e torcida. Foi então que a derrota por 1 a 0 contra a
Portuguesa foi a gota d'água. Lembrando que a relação Leão/diretoria já
não era das melhores, depois que a cúpula Tricolor decidiu afastar o
zagueiro Paulo Miranda, sem consultar o treinador, que de fato é quem
escala o time.
Na
sétima rodada quem assumiu o time para enfrentar o Cruzeiro foi o
eterno auxiliar Milton Cruz. Jogando com três zagueiros, a equipe
paulista acabou saindo vencedora em um jogo emocionante, cheio de
alternativas, cujo placar foi 2 a 3 para o visitante. Em seu primeiro
jogo no comando do São Paulo, Ney Franco já tentou dar uma cara nova ao
time. Luis Fabiano estava machucado, ainda assim, a dupla formada por
Lucas e Osvaldo deu conta do recado e derrotou o Coritiba sem maiores
problemas. Naquele dia Rodrigo Caio jogou em sua posição de ofício, que é
volante. Ele que já foi utilizado tantas vezes como lateral-direito. É
normal que um time ainda em formação oscile, foi exatamente isso que
aconteceu. Enquanto Ney ia ajustando o time de acordo com suas
preferências o campeonato não parava. Assim o empate contra o Palmeiras e
a derrota para o Vasco em São Januário foram resultados normais.
Devagar o treinador mineiro foi armando o time em um 4-2-2-2 típico
brasileiro, em outros momentos escalou um losango, com Denilson à frente
da zaga, Cícero pela esquerda, Maicon pela direita e Jádson mais
centralizado. Mas foi na primeira opção que o time parece ter se
acertado melhor. Com a chegada de Rafael Tolói, vindo do Goiás, Rhodolfo
pôde voltar a atuar onde rende melhor, do lado esquerdo da defesa. Com
Edson Silva ele tinha que jogar pela direita, com três zagueiros jogava
centralizado, quando Paulo Miranda entrava aí sim ele podia jogar onde
se sai melhor.
Com
Luis Fabiano machucado, o garoto Ademilson entrou e não decepcionou,
inclusive fazendo gols importes. Como um dos gols da vitória contra o
Figueirense em pleno Orlando Scarpelli. Em seguida o São Paulo viajou
para Goiânia, onde enfrentaria o Atlético Goianiense, que apesar de
estar na zona de rebaixamento vinha fazendo boas partidas. Mas nem o
mais fanático torcedor do Dragão imaginaria que ao fim do primeiro
tempo seu time estaria vencendo por 4 a 0. Veio a segunda etapa, o time
goiano voltou mais leve, a fim apenas de administrar o resultado. O
tiro quase saiu pela culatra, pois o time paulista melhorou e diminuiu o
placar, no fim, o 4 a 3 ao menos manteve a honra. E com sangue nos
olhos, no jogo seguinte o São Paulo devolveu os gols sofridos contra o
Dragão para o Urubu. O Flamengo não viu a cor da bola. Contra o Sport,
Magrão não queria deixar o Tricolor balançar as redes, fez defesas
espetaculares. Mas de tanto insistir o São Paulo conseguiu furar a
retranca do time pernambucano, o gol foi de Ademilson, já perto do fim
do jogo.Toda vez que parece que o São Paulo vai engrenar, ele empaca. As
três derrotas seguidas para Fluminense, Grêmio (em casa) e a goleada
sofrida contra o Náutico nos Aflitos exemplificam bem. Ah, bom lembrar
que o titular no gol enquanto Rogério Ceni se recuperava da lesão no
ombro foi Denis. O goleiro reserva falhou inúmeras vezes neste
campeonato, a volta do ídolo acalmou boa parte dos torcedores.
E
para se recuperar de resultados tão ruins, o São Paulo tinha a Ponte
Preta a receber no Morumbi. E o time de Campinas pagou os pecados que
não eram seus e teve que ir para casa com um 3 a 0 incontestável. Mesmo
não contando com Rhodolfo e Douglas, Ney Franco escalou o time no
4-2-2-2 como já foi comentado acima. Paulo Miranda foi o lateral
direito, Tolói e Edson Silva formaram a zaga e Cortês foi o lateral
esquerdo. Na frente da defesa uma dupla muito forte na marcação,
Denilson e Paulo Assunção. Com dois meias, Maicon e Jádson, dois
atacantes, que contra a Ponte foram Ademílson e Lucas. Para fechar o
primeiro turno, o São Paulo tinha pela frente nada mais nada menos do
que o Corinthians. E o jogo seria no Pacaembu, local onde os tricolores
não venciam o Corinthians há sete anos. Após ser massacrado pelo
Corinthians no primeiro tempo, aos seis já perdia e sofria uma grande
pressão. O São Paulo teve méritos ao suportar a pressão e com as poucas
chances que teve definiu com uma precisão cirúrgica, futebol é assim. O
treinador Ney Franco em entrevista após o jogo chegou a dizer que se
tivesse como pedir tempo o faria. Referindo-se à blitz aplicada pelo
Corinthians na primeira etapa. O jogo que poderia ter virado para a
segunda etapa com uma goleada corintiana, acabou virando com um empate
em 1 a 1. No fim, nada melhor do que fechar o primeiro turno do
campeonato quebrando um tabu e vencendo um de seus maiores rivais. E
agora? Até onde esse time pode chegar?
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