Club de Regatas Vasco da Gama
Time base:
Treinador: Cristóvão Borges
Depois
da eliminação nas oitavas-de-final da Libertadores, o Vasco pôde voltar
suas atenções para o Campeonato Brasileiro antes do que sua torcida
esperava. Mas o Gigante da Colina esteve muito próximo de eliminar o
Corinthians, não fosse aquele gol perdido por Diego Souza. Então o clube
carioca começou a usar o time titular na segunda rodada. Foram quatro
vitórias seguidas, jogando um futebol de respeito, até que a série foi
quebrada no empate fora de casa com o Palmeiras. Na sexta rodada veio a
primeira derrota, num jogo atípico que perdeu em casa para um adversário
inferior, que no caso foi o Cruzeiro. Daí para frente o Vasco
manteve-se sempre entre os três primeiros na classificação. Nas últimas
quatro rodadas do primeiro turno caiu um pouco de produção. Foi
prejudicado pela arbitragem, isso é indiscutível, mas não foi só por
esse motivo que o time caiu. O principal motivo é que o Vasco negociou
dois jogadores muito importantes e titulares do time. Diego Souza partiu
para o Al Ittihad, da Arábia Saudita, preocupado em encher seus bolsos
com os petrodólares.
Fágner,
um dos melhores laterais-direitos desse país acabou acertando com o
Wolfsburg, da Alemanha. Com isso, Cristóvão precisou recorrer ao recém
chegado Auremir, lateral de apenas 20 anos contratado junto ao Náutico. A
apresentação dele foi emocionante, chorou copiosamente ao lembrar de
seu falecido pai, dizendo que gostaria que ele estivesse ali presente
para vê-lo com a camisa de um dos maiores clubes do Brasil. Claro que
não tem a mesma qualidade de Fágner, são características diferentes, mas
o jovem mostrou que tem qualidade suficiente para ser titular. Pelo
lado esquerdo, William Matheus, acabou tomando a posição de Thiago
Feltri, que na Libertadores era o titular. O ex-jogador do Bahia
mostrou-se uma boa opção. No miolo da defesa, teoricamente a dupla
titular é Dedé e Rodolfo, mas ambos tiveram contusões que os deixaram
fora de combate. Então a dupla variou muito nesse campeonato, já foi
formada por Renato Silva e Rodolfo, Dedé e o próprio Renato, até que na
oitava rodada, Douglas entrou para não sair mais.
Revelado
pelo Juventude, o zagueiro de 1,90 m esperou sua chance com paciência,
quando apareceu soube aproveitá-la. Outra boa opção que o Vasco dispõe é
Fabrício, que formou ótima dupla com Manoel no Atlético Paranaense,
independente do rebaixamento do clube do sul. O zagueiro é cria da base
do Flamengo, apesar de ter apenas 22 anos, passou pelo Paraná,
Hoffenheim, da Alemanha, Palmeiras, Cruzeiro e Atlético-PR. Todos esses
times ligados no potencial desse atleta que tem habilidade fora do comum
para a posição onde joga. No começo do campeonato, Feltri foi
preservado, assim quem ganhou algumas oportunidades foi o jovem Dieyson,
o garoto que é cria da base vascaína não decepcionou. E para suprir a
perda de Fágner, o vasco mostrou-se atento ao mercado e acertou com
Jonas. O bom lateral de 25 anos vem de duas ótimas temporadas com a
camisa do Coritiba. Inclusive, sendo finalista da Copa do Brasil duas
vezes seguidas. No gol, Fernando Prass é um dos melhores goleiros do
país, merecia até mesmo uma chance na seleção.
No
meio-campo Cristóvão gosta de utilizar três volantes, com um meia
adiantado, formando um losango. E os preferidos na proteção á defesa são
ou eram Rômulo, Nilton "paulada" e Fellipe Bastos. Com as saídas de
Rômulo e Allan, foram para Spartak Moscou (Rússia) e Udinese (Itália), o
clube carioca precisou se mexer e trouxe Wendel, bom volante canhoto
que se destacou no Brasil por Santos e Cruzeiro, clube que o revelou.
Após quase cinco anos no futebol francês, dois no futebol árabe, foi um
bom reforço. Outro que apareceu bem quando esteve em campo foi Eduardo
Costa, titular em algumas oportunidades. Na parte ofensiva, Juninho
Pernambucano, apesar de 37 anos nas costas, ainda joga um futebol acima
da média. Suas cobranças de faltas e escanteios são uma arma que
Cristóvão não pode abrir mão. Uma das maiores críticas da torcida
vascaína é com relação a Felipe. Grande parte da massa e da mídia
especializada gostaria de vê-lo atuando ao lado de Juninho. Isso até
aconteceu algumas vezes, Felipe entrou pelo lado esquerdo do losango, ou
até mesmo de lateral-esquerdo, no segundo caso tinha muita ajuda dos
volantes, pois aos 35 anos, não tem a mesma força do passado.
Para
tentar substituir Diego Souza, o Vasco tem apostado no problemático
Carlos Alberto, jogador que sabidamente tem muita qualidade, mas os
problemas extra-campo e sua personalidade difícil o atrapalharam. E por
mais que o histórico dele não seja favorável, ainda existem torcedores
que apostam em sua recuperação, o que parece pouco provável. Bernardo,
recentemente ídolo, foi do céu ao inferno em poucos dias. No fim, acabou
negociado com o Santos. O argentino Matías Abelairas chegou com pompa
do River Plate, pois aqui no Brasil é assim, falou que é do país vizinho
já imaginam o Messi. Abelairas sempre foi um jogador inconstante, não
conseguia manter boa regularidade e até por isso nunca se firmou no
River. Mal jogou no clube carioca e rumou para o futebol mexicano. Outro
hermano do elenco vascaíno é Leandro Chaparro, raramente utilizado por
Cristóvão. No ataque, talvez residam os principais problemas desse time.
Por mais que Alecsandro tenha começado anotando muitos gols, não se
trata um atacante primoroso.
Com
a séria contusão do "Demolidor" Carlos Tenório, as opções ficaram
escassas, afinal de contas, Éder Luís também vive se machucando. Até por
isso uma das alternativas era preencher bem o meio-campo e fazer a bola
chegar com qualidade ao matador Alecsandro, que pode não ter um pingo
de técnica, mas sabe dar aquele toque final para balançar o barbante.
Willian Bárbio, que é irmão de Bruno Cortês, aquele que se destacou no
Botafogo, na Seleção brasileira e hoje está no São Paulo, mostrou-se uma
boa opção pelos lados do gramado. É muito rápido, dribla bem e consegue
arrumar espaço onde não tem. Com a recuperação do equatoriano, talvez o
ataque cruz-maltino melhore. Outra opção é o atacante Pipico, que só
agora ao 27 anos, conseguiu chegar a um clube grande. Essa chance é
merecida, pois não deve ser fácil se destacar pelo Macaé no fraco
Cariocão. Outras três opções são jogadores da base vascaína, no entanto,
Jhon Cley, Yago e Jonathan ainda não são maduros o suficiente para
jogarem com mais frequência. Jonathan até teve mais oportunidades em
2011, tem um futuro promissor!
Quando
o Vasco negociou Diego Souza e Fágner, ficou nítido que o título não é
uma prioridade para a diretoria. Afinal de contas, com os dois o time
era mais forte. Apesar das críticas contra Cristóvão Borges, contra a
diretoria, o "Bacalhau" conseguiu se manter na parte de cima da tabela.
Há nove pontos do líder, com o segundo turno todo a ser jogado, pode-se
dizer que o Vasco ainda está na briga pelo título. Na prática, pelo que
vai se desenhando, a briga vai ficar mesmo entre Atlético Mineiro,
Fluminense e Grêmio. Com certeza o clube da cruz de malta tem condições
de chegar lá, mas precisa melhorar e ser mais regular, independente dos
erros de arbitragem. Será que chega?
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