A República Tcheca conquistou a terceira posição na Eurocopa em duas ocasiões, na França em 1960 e na Itália em 1980, contra os donos da casa numa disputa de pênaltis emocionante que terminou 9 a 8 para o país eslavo. Antes disso, conquistou o título em 1976, na competição disputada na antiga Iugoslávia, os tchecos venceram os alemães nos pênaltis, 5 a 3. E o que marcou muito naquela disputa foi a categoria e porque não, a coragem de Antonín Panenka, ao aplicar uma cavadinha. Naquele momento, os tchecos já haviam convertido as quatro primeiras cobranças e os alemães as três primeiras. Quando chegou a vez de Ulrich Hoeneß (popular Uli Hoeness) executar sua cobrança para os germânicos. Chutou a bola bem por cima do gol, e como o próprio disse no vídeo que você verá abaixo, durante as guerras na Iugoslávia alguém deve ter encontrado a bola chutada por ele. Assim, coube a Panenka partir para a penalidade que poderia garantir o título mais importante do futebol europeu, o resto da história nós conhecemos bem. Essas conquistas foram ainda como Tchecoslováquia.
Como você pôde ver acima, Panenka treinou durante anos esse tipo de cobrança de pênalti. E hoje a cavadinha é sinônimo de qualidade e sangue frio. Mas nem sempre dá certo, outros grandes craques do futebol já erraram esse tipo de chute, como por exemplo, o italiano Francesco Totti. Depois de 12 anos fora, os tchecos retornaram em 1996, como República Tcheca. O Estado que existiu na Europa Central entre 1918 e 1992 começou a ser dissolvido em 1989 com a Revolução de Veludo. Com isso foi possível a redemocratização do país, os dois entes federados decidiram dissolver a federação declarando suas respectivas independências em 1993. E assim aconteceu a separação pacífica de República Tcheca e Eslováquia, a dissociação sem conflitos ficou conhecida como Divórcio de Veludo. E em sua primeira competição importante, os tchecos chegaram até a final mais uma vez.A geração de Karel Poborský, Miroslav Kadlec, Pavel Kuka, Radek Bejbl, Jiří Němec, Vladimír Šmicer, Patrik Berger e Pavel Nedvěd deixou muita saudade e foi uma pena a derrota na final contra a Alemanha de Oliver Bierhoff, que na época ainda era reserva. Nada contra o time germânico, mas dava gosto ver esse time tcheco jogar! Em 2000 a seleção ganhou ainda mais qualidade, com Tomas Repka na defesa, Marek Jankulovski, Tomáš Rosický no meio, Jan Koller e Vratislav Lokvenc no ataque. Ambos se destacavam visualmente pela grande estatura. Lokvenc com seus 1,92 m e Koller com seus 2,02 m. O grandalhão careca se notabilizava mais porque tinha algum recurso com a bola no pé. Fez muito sucesso na Bélgica com as camisas de Lokeren e Anderlecht, foi ídolo na Alemanha, em suas cinco temporadas com o Borussia Dortmund. Seu colega "baixinho" surgiu no modesto FC Hradec Králové, de onde rumou para o Sparta Praga, com o sucesso, fez grande parte da carreira em clubes alemães. Abaixo, mais de Jan "Dino" Koller:
Com todas as dificuldades que Michal Bílek tem tido para formar um bom time, ele acaba apostando na base do Viktoria Plzeň, campeão nacional na temporada passada e que representou o país na última Champions League. São jogadores entrosados e rodados, com experiências em clubes de ligas maiores ou nos gigantes do país, Sparta e Slavia. Excetuando-se aí Václav Pilař e Vladimís Darida, com 23 e 21 anos respectivamente. Pilař se transferiu para o Wolfsburg da Alemanha, devido ao sucesso de seu colega Petr Jiracék, com quem foi vitorioso no Viktoria. O atacante Jan Rezek, que também jogava na recente coqueluche do futebol tcheco, se transferiu para o Anorthosis Famagusta, um dois maiores times do Chipre, pequena ilha na Europa. Talvez Tomáš Pekhart, Pilař e Darida sejam os sopros de renovação qualificada. Tomáš Necid apareceu bem nas seleções de base despontando como um promissor artilheiro, o grandalhão de 22 anos saiu cedo do Slavia, há três temporadas no CSKA não consegue se firmar. Tomara que não se torne um foguete molhado - expressão usada para identificar jogadores promissores que não vingaram - e suma do mapa da seleção. Casos recentes não faltam, Fenin, Michal Papadopulos e Svěrkoš são provas vivas, assim como Baroš, que nem de longe mostrou ser o craque que aparentava.
Com tudo que foi dito acima, ainda veremos um descendente de etíopes pelo lado direito da defesa tcheca com a camisa 2. Theodor Gebre Selassie é o primeiro negro da história a vestir a bela camisa vermelha e azul. Pelo lado esquerdo Michal Kadlec, filho de Miroslav Kadlec que em 1996 era titular na defesa, se firmou no Bayer Leverkusen e na seleção. O artilheiro da última Gambirus Liga, foi David Lafata, autor de 25 gols. Marca impressionante para quem joga no pequeno FK Jablonec, o campeão foi o Slovan Liberec, de Selassie. Contudo, os torcedores só querem uma participação digna no torneio, no grupo equilibrado que se encontra, passar para a segunda fase é bem possível.
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