Time base:
Técnico: Marcos Paquetá
Como você viu aqui,
o Al Shabab, dos Emirados Árabes Unidos tem três brasileiros em seu elenco, sem
contar o treinador. Normalmente, Marcos Paquetá escala os três conterrâneos no
time titular. Ciel e Edgar formam a dupla de ataque e Luiz Henrique é um dos
meias.
Mas nem só de talento
brasileiro vive o time de Dubai, que também conta com o uzbeque Azizbek
Haydarov. Aos 27 anos, o meia possui grande experiência internacional, disputou
a Copa da Ásia em duas oportunidades, em 2007 e 2011. É constantemente
convocado pela seleção de seu país, com a qual disputou as eliminatórias para a
Copa de 2010 e disputa as atuais para a Copa do ano que vem, no Brasil. Revelado
pelo Lokomotiv, de Tashkent, capital do Uzbequistão, depois de quatro
temporadas no Bunyodkor (antigo Kuruvchi) maior clube do país hoje (em termos
financeiros), chegou como um dos principais reforços do Al Shabab para essa
temporada.
No mais o time é
formado por jogadores locais, alguns deles com talento suficiente para defender
a seleção dos UAE. Casos dos goleiros Salem Al Hammadi e Ismael Rabee, ambos
disputaram o Mundial Sub-20 em 2003. O primeiro costuma ser o titular e o
segundo quando entra não compromete tanto. A defesa é formada por Mohammad
Marzouq e Edam Dhahi, junção de juventude com experiência, 24 e 33 anos,
respectivamente. O camisa 4, disputou o Mundial Sub-20 em 2009. Pela direita o
veloz Sami Anbar é o habitual titular, pelo outro lado o titular absoluto é o
badalado Waleed Abbas, um dos principais nomes da seleção local.
Dawoud Ali e Hassan
Ibrahim se desdobram na marcação, liberando um pouco mais Haydarov e Luiz
Henrique para criarem boas condições para Ciel e Edgar balançarem as redes.
Dependendo da ocasião e do adversário, muitas vezes Paquetá escala três
atacantes, nesse caso Ali dá lugar a Issa Obaid, experiente atacante de 29
anos, tem sido lembrado na seleção nessas eliminatórias. O meia Naseer Masoud e
o atacante Rashid Hassan costumam entrar durante a maioria dos jogos.
Agora, se esse time
será capaz de conquistar a Ásia, só o tempo dirá!
Time base:
Treinador: Eric Gerets
O Lekhwiya Sports Club foi fundado em 1938, como Al
Shorta, em 2009 adotou a nomenclatura atual depois de ser comprado por xeiques
que esbanjam riqueza gastando os tubos. Não é por acaso que o clube tem o maior
orçamento do país, uma amostra do poder aquisitivo dos novos donos aconteceu
quando anunciaram que Eric Gerets seria o comandante na atual temporada. Depois
de três anos na seleção marroquina, o treinador belga – que como jogador foi um
grande zagueiro – aceitou o desafio de transformar a equipe numa potência
internacional.
Em 2010, já modificado e melhor estruturado, o clube
conseguiu o acesso a primeira divisão logo em sua temporada de estréia na
segundona. Em sua primeira vez disputando a Qatar Stars League (divisão principal)
o time sagrou-se campeão. Disputou também a final da Sheikh Jassem Cup, popular
Copa do Xeique, mas perdeu para o Al Arabi. Cheio da grana e com profissionais
competentes montando o elenco, o clube é o atual Bi-Campeão nacional. Portanto,
a meta agora não poderia ser outra, crescer fora do Catar.
Gerets possui um elenco com jogadores de 13
nacionalidades, uma verdadeira Torre de Babel. Ofensivo, o treinador belga
costuma escalar o time num 4-3-3 que na prática se desenha mais num 4-2-1-3 e
varia para o esquema da moda, o 4-2-3-1. Com jogadores versáteis, muitas vezes
o time acaba formando uma linha de três defensores, formada pelo francês Damé Traoré
e pelos argelinos Madjid Bougherra e Karim Boudiaf, isso porque o
lateral-esquerdo Khalid Muftah é muito ofensivo e deixa espaços na retaguarda.
Tanto é que muitas vezes Gerets escala Adel Lamy, canhoto habilidoso que
costuma jogar bem aberto. O rápido e leve Khalid Fareed também é muito
utilizado nessa função, mas assim como seu xará, ataca muito e deixa a desejar
na marcação.
No gol, o titular por muito tempo foi o senegalês
Baba Malick, que é naturalizado catariano e é convocado para a seleção do país
com frequência. Mas com a chegada de Amine Lecomte, acabou perdendo a vaga,
mesmo sendo mais experiente que o jovem de 23 anos. Lecomte nasceu em Reims, na
França, mas optou pela nacionalidade de seus pais, que são marroquinos. Assim
como o melhor zagueiro do time, Bougherra, que também nasceu na França, mas
optou pela nacionalidade da qual descende.
Para facilitar o entrosamento e a comunicação, os
dirigentes investem em muitos jogadores da África Árabe, marroquinos,
tunisianos e principalmente argelinos, até mesmo um sudanês faz parte do
elenco. Porém, o atacante Mohammed Mudather não teve muitas chances com Gerets,
depois de cinco temporadas no Al-Wakrah, chegou ao Lekhwiya na temporada
2011/2012. No meio-campo o brasileiro Luiz Mairton e o sul-coreano Nam Tae-Hee
são os motorzinhos incansáveis do time. O asiático saiu muito cedo de seu país,
rumou para Inglaterra (Reading), onde terminou sua base. De lá rumou para o
Valenciennes, da França, depois de três temporadas, já vai para a segunda no
time de Doha.
O brasileiro saiu do modesto Uniclinic, do Ceará,
onde foi formado, em sua terceira temporada no Lekhwiya, já está habituado ao
país. Com a ajuda desses dois jogadores, o tunisiano Msakni tem bastante
liberdade para atordoar os adversários com sua velocidade e facilidade no
drible. O trio de ataque é formado pelo uruguaio naturalizado catariano
Sebastián Soria, pelo congolês Tresor Kangambu e pelo senegalês Issiar Dia. Os
africanos voltam bastante para ajudar na marcação, Soria é o típico
centroavante matador.
Essa prática de naturalização é comum no Catar, uma
vez que o país é minúsculo, com aproximadamente 1 milhão e 700 mil habitantes.
O atacante Emerson Sheik, do Corinthians, tem passaporte do país, ia defender a
seleção. Aílton ‘queixada’ e Dedê, dois jogadores que se destacavam muito no
futebol alemão na época, tiveram propostas tentadoras para vestirem a camisa da
seleção. Mas a Fifa proibiu essa festa na casa da mãe Joana. São casos
diferentes dos de Soria e Malick, que estão a nove e onze anos no país. Porque o
que o pessoal pretendia era naturalizar como se fosse uma contratação, pagariam
alto para quem aceitasse defender a nação. Ao menos uma vez a Fifa tomou uma
atitude elogiável.
Para que o leitor entenda como o elenco é forte,
para os padrões do futebol asiático, Nadir Belhadji, lateral-esquerdo campeão
continental com o Al-Sadd há duas temporadas tem sido pouco utilizado. O mesmo
vale para Mourad Meghni, comparado a Zidane no início da carreira, o habilidoso
meia nunca foi o que se esperava. A comparação não se deve somente ao fato de
ser descendente de argelinos como Zizou, fisicamente também são parecidos.
Meghni e Belhadji entram no mesmo caso de Bougherra, todos nasceram na França,
porém optaram pela nacionalidade argelina, tudo para terem chance de disputar
uma Copa do Mundo, o que os defensores conseguiram em 2010. Meghni foi
convocado algumas vezes, mas acabou fora da lista final.
Mohammed Musa, zagueiro da seleção do Catar também é
reserva, assim como Lamy, Shihab e Jassim, curiosamente são mais importantes na
seleção do que no clube. O primeiro tem dupla nacionalidade, Kuwait/Catar. O
segundo nasceu no Iraque, mas fugindo dos conflitos de seu país, cresceu no
Catar, por isso também tem dupla nacionalidade. Jassim veste a outrora
respeitada camisa 10, que lhe cai bem, uma vez que tem qualidade com a perna
esquerda. Ali Hassan Atif é o queridinho da torcida local, rápido e insinuante,
o baixinho muitas vezes é titular. O Lekhwiya investe em alguns jovens, o
francês descendente de senegaleses Simon Dia, o marfinense Lassina Diaby e o
argelino Adel Habeb têm menos de 21 anos.
Planejamento, bom elenco e treinador de ponta o
Lekhwiya possui, com certeza é um dos favoritos ao título. E você, leitor? O
que acha? Dê sua opinião!
Time Base:
Técnico: Maciej Skorża
O Ettifaq FC surgiu da fusão de três clubes de Dammam, em 1944. Ettifaq
significa cooperação em árabe, nome interessante que pode ser até mesmo
emblemático para um time de futebol. É o primeiro clube saudita a conquistar uma
competição internacional, a Copa dos Campeões Árabes, em 1984. Foi também o
primeiro time a ser campeão invicto da Saudi Premier League. Três vezes campeão
da Copa dos Campeões do Golfo, também foi o primeiro do país a triunfar nessa
competição. Os anos 80 foram marcantes para esse clube, nessa década conquistou
muitos desses títulos expressivos no futebol árabe.
Apesar de tradicional, ter títulos importantes em seu currículo, o time
verde e vermelho é apenas coadjuvante na Arábia Saudita. Para tentar mudar um
pouco essa escrita, o polonês Maciej Skorża chegou do Legia Varsóvia com a
missão de ao menos fazer uma boa Champions League e brigar pelo título
nacional. Porém, o clube não fez grandes investimentos e tem poucos
estrangeiros, nem todos são titulares. Com uma base caseira, o clube sentirá
falta dos brasileiros Junior Xuxa e Cássio, o primeiro retornou ao Brasil, onde
defende o Santa Cruz e o segundo rumou para o futebol da Coreia do Sul, onde
defende o Gwangju FC. Perdeu também seu principal atacante, o argentino
Sebastián Tagliabue, que foi para o Al Shabab saudita.
Bom, como não adianta lamentar, Skorża faz o que pode com o elenco que
tem a sua disposição. O titular no gol é Fayez Al-Sabiay, que leva a melhor
sobre Mohammad Khojah, que foi um dos goleiros da Arábia Saudita no Mundial de
2006. Abdullah Al Saleh tem apenas 24 anos, levando desvantagem em relação os
seus companheiros trintões. A linha de quatro defensiva é formada por Ali Al
Zubaidi, atleta que disputou o Mundial Sub-20 em 2011. Majed Al-Amri forma a
dupla de zagueiros com o brasileiro Carlos Santos. Que saiu do Brasil
muito cedo, aos 19 anos, partiu para uma aventura no futebol croata, esteve por
lá em sete temporadas, depois de uma rápida passagem pelo Shandong Luneng, da
China, está em sua segunda temporada no clube saudita. Quem fecha a linha é
Hasan Kadesh.
Jamaan
Al-Jamaan é a primeira opção caso um dos quatro não possa jogar, seja por
contusão, suspensão ou deficiência técnica. Carlos tem muita moral por lá, é o
capitão do time, titular absoluto na defesa. Ahmed Al Walibi em determinadas
situações joga na defesa também, embora jogue mais no meio-campo. Yahya Al Shehri, Ahmed Mubarak
e Sultan Al Bargan completam o meio. O jovem Shehri
tem sido um dos bons nomes desse time, o baixinho de apenas 1,62 cm tem sido
convocado para seleção. Al Bargan dividiu sua carreira entre dois clubes, o Al
Hilal e o atual, aos 30 anos, tem bagagem para ser titular. Mubarak é omani, um
dos principais nomes do ascendente país, quando o assunto é futebol.
Talvez seja o jogador com maior capacidade técnica desse time.
Zamil Al-Sulim
e Yousef Al-Salem formam o ataque, dos dois, o segundo é quem tem jogado muito
bem, inclusive sendo chamado para a seleção nacional. O ganês Prince Tagoe e o
saudita Ali Al Zaqan costumam entrar praticamente em todos os jogos, em busca de
mudar um pouco as características do ataque. Tagoe é alto e muito forte, opção
nas bolas aéreas nos fins dos jogos. Al Zaqan mantém mais ou menos as mesmas
características dos titulares, que formam um ataque mais móvel. Saleh Bashir e
Hamad Al-Hamad são outras opções ofensivas vez ou outra utilizadas.
Time Base:
Treinador: Murod Ismailov
O Pakhtakor sem dúvida alguma é o principal clube de futebol do
Uzbequistão, tem oito títulos nacionais e noves copas. Chegou a conquistar a
primeira liga da União Soviética em 1972. Fundado em 1956, o nome significa
numa tradução grosseira, coletores de algodão, uma vez que o país é um dos
maiores produtores. Como você pode perceber no distintivo acima, o algodão se
faz presente. Uma tragédia em 1979 é uma triste lembrança na história do clube.
A colisão aérea vitimou toda a equipe de futebol, o voo 7880 fazia a rota
Tashkent – Donetsk – Minsk, quando se chocou com outro avião do mesmo modelo,
Tupolev 134As da Aeroflot. Uma falha no controle de tráfego aéreo russo foi o
principal motivo do acidente.
Mas deixando as lembranças tristes de lado, o Pakhtakor é presença
constante na AFC Champions League, sempre é um adversário difícil de ser batido
sob seus domínios. Ao contrário do seu maior rival, o Bunyodkor, os Coletores
de Algodão não estão cheios da grana. Por isso a base do time é
formada por jovens jogadores com experiência nas seleções de base do país. E a
missão de organizar esses garotos foi dada a Murod Ismailov, treinador de 44
anos que vai para segunda temporada no comando do time. Com média de idade de
23,21 anos, a experiência internacional desses jovens pode ser importante no
futuro da seleção nacional, que esteve perto das duas últimas Copas do Mundo.
Apenas três
estrangeiros fazem parte do elenco, o zagueiro sérvio Bojan Miladinović, o armeno Zhora Hovhannisyan
e o georgiano Kakhi Makharadze. Os dois últimos são mais utilizados por
Ismailov, apesar de experiente, curiosamente o zagueiro sérvio é reserva nesse
jovem time. Em tempos recentes o Pakhtakor contava com dois dos principais
astros da seleção do país, Odil Ahmedov acabou seduzido pela grana do Anzhi e
se mandou para Rússia. Aleksandr Geynrikh foi para o futebol sul-coreano,
passou pelo futebol árabe e hoje joga no Aqtobe, um dos principais times do
país vizinho, Kazaquistão.
No gol Ismailov
escala Aleksander Lobanov, goleiro de 27 anos, mesmo tendo a sua disposição o
reserva da seleção nacional, Timur Juraev, de 29 anos. O promissor Nikita
Ribkin por enquanto se contenta em ser terceira opção, tem apenas 21 anos.
Assim como a seleção, o Pakhtakor também joga com três zagueiros, a hoje pouco
usual função de líbero foi feita com maestria por Ahmedov, na Copa da Ásia
2011, o que inspira os treinadores do país a manter essa função.
Aleksandr Merzlyakov, Davron Hashimov e Akbar Ismatullaev formam o trio
defensivo. Muitas vezes o meia Gulom Urunov entra para fazer a função de líbero
e melhorar a saída de bola do time. Outras opções defensivas são Murod
Khalmukhamedov, grandalhão que disputou o Mundial Sub-20 em 2009 e o experiente
Ilhom Suyunov, este disputou o Sub-20 também, mas em 2003, além de ter feitos
alguns jogos na seleção principal nas eliminatórias para a Copa de 2010.
Titular no meio-campo, Sherzod Karimov foi para o futebol chinês, com isso
Oybek Kilichev assumiu o posto de titular. Na proteção a defesa o capitão
Makharadze e Dilshod Sharofetdinov dão conta do recado deixando Kilichev e
Vladimir Kazak utilizarem a velocidade pelos flancos.
Deixando Hovhannisyan mais centralizado para armar o jogo, esse jogador
saiu muito cedo da Armênia, jogou por anos na Grécia, vestiu a camisa do
gigante Olympiacos. No ataque Temurkhuja Abdukholikov, Djamshid Iskandarov e
Sanat Shikhov lutam para formar dupla com Igor Sergeev, de apenas 19 anos. Os
dois primeiros citados fizeram gols importantes nas duas primeiras rodadas, um
de cada para garantir duas vitórias pelo placar mínimo. Iskandarov é um
baixinho enjoado pra diabo, corre que é uma barbaridade. Abdukholikov é um
segundo atacante, apesar de vestir a nove não fica tão enfiado na área como
Sergeev. Um fato estranho é o meia Stanislav Andreev ter sido titular só no
primeiro embate dessa competição, uma vez que ele pode ser considerado o melhor
jogador do time, titular até da seleção uzbeque. Salvo alguma contusão grave,
não há motivos para ele não ser escalado nos outros jogos.
Com tantos jovens o Pakhtakor ainda se deu ao luxo de emprestar o astro
da seleção Sub-17 ao Andijon FK, Timur Khakimov voltará com mais bagagem.
Enfim, uma classificação já seria sensacional, para quem investiu mais na base.
A possibilidade de a seleção do Uzbequistão estar no Brasil em 2014 é muito grande,
o time hoje está empatado em número de pontos com a Coreia do Sul no Grupo A da
fase final das eliminatórias asiáticas. Onze pontos para as duas seleções que
se enfrentam no próximo dia 11/06, nisso quem pode se dar bem é o Irã, que vem
coladinho com dez pontos e pega o Líbano em casa. Na pior das hipóteses o
Uzbequistão pode ficar em terceiro, sendo que os dois terceiros de cada grupo
se enfrentam para decidir quem vai disputar a repescagem contra o quinto
colocado das eliminatórias sul-americanas, o que cá entres nós, é um tremenda
fria!
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