Interessante ver que no elenco do Ferencváros da
Hungria, tem um japonês que perambulou por vários clubes do país que outrora foi
uma grande potência no futebol. Trata-se de Kazuo Homma, já com seus 31 anos. A
carreira dele é bem fora dos padrões, futebol tem histórias ricas que valem a
pena contar. Ah, tem também o brasileiro Felipe Félix, gigante de 1,97,
que apesar de ter sido revelado pelo Criciúma é pouco conhecido no Brasil,
jogou em muitos clubes nas divisões inferiores de Portugal, jogou na Rússia, no
Azerbaijão, por meio do futebol a pessoa tem privilégios, entre eles conhecer
as mais diversificadas culturas. O clube húngaro não para por aí, quando o
assunto é chamar atenção. Com certeza não é muito habitual ter um atacante
chinês de 1,96 em seu elenco. Men Yang tem apenas 21 anos, e se não der na
técnica, vai na força e na cabeçada mano!
Se você acha que a "bizarrice" acabou,
no elenco das Águias Verdes tem dois jogadores de Malta, um da Somália e até um
canadense. Toda essa diversidade não é capaz de trazer de volta, fazer o
monstro verde retornar aos dias de glória. Afinal de contas, estamos falando de
um clube que já conquistou 28 vezes a primeira divisão húngara, faturou por 20
vezes a Copa do país, venceu também a Supercopa da Hungria quatro vezes. Para
um clube que já teve Sándor Kocsis - um dos maiores cabeceadores que o futebol
já viu - que em 68 jogos com a camisa da seleção, conseguiu a fodástica marca
de 75 gols! Mito! Isso para não falar em László Kubala, ao lado de Alfredo Di
Stéfano, é um dos poucos que defenderam três nações diferentes. No caso, ele
defendeu a antiga tchecoslováquia, por possuir ascêndencia tcheca, afinal sua
mãe era de lá. Seu pai era de origem polonesa, Kuksi defendeu ainda Hungria,
Espanha e a seleção da Catalunha, não reconhecida pela Fifa.
Para se ter uma idéia da importância de Kubala,
numa eleição feita entre os torcedores do Barcelona, foi eleito o maior jogador
dos primeiros cem anos do clube. Deixando para trás gênios e craques como Johan
Cruijff, Ronald Koeman, Bernd Schuster e Hristo Stoitchkov. Os 131 gols de
Kubala em 186 partidas pelo Barça falam por si, foram 13 anos com a camisa
culé. É um dos grandes mitos do futebol que não teve a glória de disputar uma Copa do Mundo, fica um grande exemplo para aqueles que acham que um jogador
para entrar na galeria dos grandes astros desse fabuloso esporte precisa se
destacar numa Copa. A obra é maior, talento não tem preço! Se Homma e Yang hoje
não assustam os adversários, Kocsis e Kubala com certeza impunham um grande
respeito. E que um dia o país de Ferenc Puskas - Deus o tenha - volte aos dias
de glória. Com certeza aqueles que viram a Hungria encantar o mundo do final
dos anos 40 e por toda a década de 50 entendem porque a final da Copa de 1954
ficou conhecida como: O MILAGRE DE BERNA!
Nenhum comentário:
Postar um comentário