Clube Náutico Capibaribe
Time base:
Treinador: Alexandre Gallo
No
começo do campeonato um dos gigantes do Recife jogava no 4-4-2 clássico
brasileiro, ou se preferirem, o 4-2-2-2. Nos três primeiros jogos,
Gideão foi titular no gol, não demorou muito e Felipe assumiu a posição
para não perder mais. Formando a linha de quatro defensiva, o volante de
origem Auremir, foi bem como lateral-direito. Ronaldo Alves e Márcio
Rozário formavam a dulpa de zaga, Lúcio, aquele lateral-esquerdo com
passagens importantes por Palmeiras e Grêmio, quando em condições
físicas, sempre foi o titular. Não foram poucas as vezes que o Timbu
jogou com três zagueiros, até por ter boas opções nesse setor, o
treinador Alexandre Gallo aproveitou bem a variedade que tinha.
A
dupla de volantes era formada por Elicarlos e Martinez no começo, mas
quando Souza se firmou ao lado de Elicarlos, Martinez passou a jogar
mais adiantado. Por muitas vezes Derley e Martinez se alternaram na
armação ao lado de Ramón. Aquele mesmo que foi revelado com pompa pelo
Atlético Mineiro, com passagem rápida pelo Corinthians e que rumou cedo
para o futebol russo, onde passou a defender as cores do CSKA Moscou.
Depois de ínúmeros empréstimos para vários clubes, incluindo Bahia e
Flamengo no Brasil, Krylya Sovetov dentro da Rússia, o CSKA se cansou de
esperar a eterna promessa desabrochar e o negociou em definitivo com o
Consadole Sapporo, do Japão.
No
ataque a dupla mais utilizada durante o primeiro turno foi Araújo e
Rhayner, o primeiro dispensa comentários, todos o conhecem bem. O
segundo, apesar de ter apenas 22 anos já rodou muito pelo futebol
brasileiro. Tem como principais qualidades a velocidade e o drible, sabe
jogar aberto pelos flancos ou até mesmo como meia-ofensivo. Pensando em
se manter na primeira divisão, o Náutico subiu dois atacantes das
categorias de base, Marcos Vinícius e Piauí. Repatriou dois bons
jogadores que estavam no futebol árabe, Rico e Kieza. Além de conseguir o
empréstimo do centroavante Dimba, que no primeiro semestre mostrou
qualidade nas chances que teve no time do Santos, ainda no Campeonato
Paulista. Outras opções no elenco eram Reis, Kim e Rogério.
Rogerio
é xodó da torcida, mas passou um longo tempo se recuperando de uma
séria lesão e quase não jogou no primeiro turno. Foi revelado nas
categorias de base do Porto, de Caruaru, um dos times que mais revelam
bons jogadores no futebol do Pernambuco. Rodrigo Tiuí, cria da base do
Fluminense, que já jogou em todos os times do mundo, nunca conseguiu ser
titular. O garoto Siloé acabou emprestado ao Boa Esporte. Dori, outro
que já foi apontado como futuro craque retornou para o futebol chinês. E
todos os esforços da diretoria para aumentar as opções do treinador
foram válidos. Assim que Kieza ficou apto fisicamente para jogar, Gallo
começou a utilizar a formação coqueluche do momento, o 4-2-3-1 que
variava para um ousado 4-3-3. Forte em casa, o Timbu atropelou a maioria
dos adversários jogando nos Aflitos, como sua torcida gosta de falar, é
lapada na certa!
Com
as saídas de Derley, Auremir, Ramón, Siloé, Márcio Rozário e Cesinha,
as coisas passaram a ficar mais claras. Sendo assim, era fácil ter uma
noção de qual era o time titular. Jean Rolt se firmou ao lado de Ronaldo
Alves na defesa. Alessandro, aquele lateral-direito que por anos foi
indiscutível no Atlético Paranaense, como também por anos foi
incontestável no Botafogo, se firmou depois que Auremir rumou para o
Vasco. E a diretoria não foi lenta e trouxe o bom Patric, que apesar de
ter saído escurraçado do Atlético Mineiro, fez um ótimo Brasileirão com a
camisa do Avaí em 2011. Outra boa opção para essa posição foi João
Ananias, garoto revelado na base. Sendo assim, com muitas opções, a
disputa dentro do elenco acabava sendo benéfica. Com as sombras,
Alessandro não podia relaxar e perder a posição.
Gustavo,
Alemão, Marlon e Alison conseguiam manter o nível da defesa quando um
dos titulares não podia jogar, ou quando Gallo optava por três
zagueiros. No entanto, Marlon e Alemão que contavam mais com a confiança
do treinador, Gustavo e Alison jogaram pouco. Como Lúcio já teve
problemas sérios nos joelhos e não é mais um jovem (33 anos), o Naútico
correu atrás João Paulo, bom lateral-esquerdo que foi revelado na
badalada base do Fluminense. Após se destacar com a camisa da Ponte
Preta, chegou ao clube pernanbucano. Que subiu o jovem Douglas Santos da
base, com apenas 18 anos, o garoto agradou e até jogou mais vezes que
João Paulo, que tem 22 anos. Entendendo que para um campeonato tão longo
como o brasileiro é necessário um elenco forte, a diretoria merece
aplausos, poi fez um ótimo trabalho. A torcida do Timbu com certeza não
deve ter o que reclamar da gestão do presidente Paulo Wanderley.
Estrangeiros
também se mostraram presentes, Andrés Romero e Overath Breitner foram
dois dos jogadores suplentes mais utilizados por Gallo. O argentino, com
notável habilidade na perna esquerda entrou bem inúmeras vezes. O mesmo
vale para o venezuelano com nome de craques alemães do passado, fruto
da paixão de seu pai por futebol. Como se não bastasse a cômica
curiosidade, Breitner tem um irmão que se chama Roberto Prosinecki, numa
clara homenagem a Robert Prosinecki, craque croata que defendeu
gigantes do futebol mundial, como Dinamo Zagreb, Estrela Vermelha, Real
Madrid e Barcelona. Que também ganhou destaque por ter disputado uma
Copa com a camisa da antiga Iugoslávia e outra com a Croácia, naquele
saudoso timaço que ainda contava com Boban, Suker, Jarni, entre outros
bons jogadores.
Outras
opções no elenco do Náutico foram o arisco Rogerinho, o experiente
Josa, o polivalente Dadá e o jovem Helder, cria do Náutico que rodou um
pouco no futebol pernambucano para ganhar experiência. Sem contar
Cleverson, que apesar do rebaixamento do Avaí em 2011, foi um dos bons
nomes daquele time. O Náutico foi esperto e não gastou muito para contar
com sua velocidade e boa capacidade de definição. Ramirez, que apesar
do nome é brasileiro, entrou inúmeras vezes, volante pegador que foi
muito útil. O velocista Vinícius Pacheco, que por anos foi esperança
flamenguista, também foi útil quando requisitado. Por mais que tenha
dificuldades técnicas com a bola. Contudo, o que foi dito acima mostra
com clareza os motivos que levaram o Náutico a se manter na elite do
futebol braileiro para 2013.